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Cuba: ataques 'sônicos' a diplomatas dos EUA são 'manipulação política'

Essa é a maior crise entre a ilha e Estados Unidos desde que ambos os países restabeleceram seus laços diplomáticos em 2015

Atualização:
Bruno Rodríguez, chanceler de Cuba em conferência. Foto: Yamil Lage/AFP

WASHINGTON - Os chamados "ataques sônicos" contra diplomatas dos Estados Unidos em território cubano são totalmente falsos e parte de uma "manipulação política" para prejudicar a relação bilateral, afirmou neste sábado, 28, o chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez, em Washington. 

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"Os chamados ataques sônicos, ou qualquer tipo de ataque, qualquer incidente, são totalmente falsos", disse o diplomata. Para ele, trata-se de uma "manipulação destinada a prejudicar as relaçõs bilaterais". 

Após as denúncias sobre os alegados ataques à missão diplomática dos EUA em Cuba, as relações entre os países se deterioraram. 

Rodríguez, que participou de uma jornada de reuniões da comunidade cubana nos EUA, evitou dar detalhes sobre o caso, mas considerou "inaceitável e imoral" que "qualquer diferença política" entre os dois governos se traduza em medidas que afetem cidadãos de ambos os países. 

+ Cuba e o enigma dos ‘ataques acústicos’ contra diplomatas americanos

Segundo Rodríguez, os EUA "decidiram adotar decisões de natureza política que prejudicam o povo cubano". Em 29 de setembro, os Estados Unidos reduziram pela metade a equipe de diplomatas em Havana e suspenderam por tempo indeterminado a emissão de vistos.  

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Segundo a decisão, cubanos que desejam emigrar aos EUA devem tirar seu visto na Colômbia, enquanto os vistos temporários são analisados em outros países. Além disso, a Casa Branca expulsou 15 diplomáticos da embaixada de Cuba em Washington. 

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Ataques específicos. De acordo com o governo norte-americano, os diplomatas em Cuba foram vítimas de "ataques específicos" com origem desconhecida. O Departamento de Estado afirma que 24 de seus funcionários sofreram problemas de saúde por conta disso. 

Washington não responsabiliza Cuba diretamente por isso, mas considera que o governo de Havana tem a obrigação de garantir a segurança dos diplomatas estrangeiros. Os ataques teriam começado em novembro de 2016. 

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A Associação do Serviço Exterior dos Estados Unidos disse que, entre os sintomas reportados, há "danos cerebrais leves e perda de audição, além de desequilíbrio, fortes dores de cabeça, dificuldades cognitivas e inflamação cerebral". 

Funcionários americanos disseram a jornalistas que suspeitam do uso de dispositivos acústicos de origem desconhecida, com o objetivo de prejudicar a “integridade física” dos diplomatas. Havana negou formalmente qualquer implicação e iniciou uma investigação sobre o caso.

Essa é a maior crise entre a ilha e Estados Unidos desde que ambos os países restabeleceram seus laços diplomáticos em 2015, depois de meio seculo de ruptura e desconfiança. / AFP

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