Cuba realiza eleições municipais dando início à sucessão dos Castro

Pleito não terá candidatos da oposição e é o primeiro passo para o processo que deve terminar em fevereiro de 2018, com a substituição de Raúl Castro

PUBLICIDADE

Atualização:
Vice-presidente de Cuba, Miguel Díaz, votou nas eleições municipais. Ele é o nome mais cotado para assumir o país após saída dos Castro. Foto: Joaquín Hernández/EFE

HAVANA - Os cubanos elegem neste domingo, 26, seus representantes municipais em todo país, em eleições sem candidatos de oposição e que marcam o início do processo de sucessão presidencial da ilha, previsto para ocorrer no ano que vem. Mais de oito milhões de eleitores foram convocados para a votação, marcada para um ano depois da morte de Fidel Castro, mas o voto não é obrigatório.

PUBLICIDADE

+++ Cuba: ataques sônicos a diplomatas dos EUA são manipulação política

Os eleitores deve escolher 12 mil conselheiros, dentre os mais de 27 mil candidatos propostos por assembleias locais, nenhum deles membros da oposição. Dentre eles, sairão os candidatos para eleições provinciais e gerais, para as quais ainda não há data, mas que deverão ser realizadas no prazo de 90 dias. Os nomeados para fazer parte da Assembleia Nacional, por sua vez, elegerão o Conselho do Estado e o presidente.

Estas eleições são, portanto, o primeiro passo para o processo que deve terminar por volta de fevereiro do ano que vem, com a eleição do substituto de Raúl Castro, na primeira troca de geração do governo comunista cubano em quase 60 anos. O nome mais citado nessa esperada troca de governo é o do atual vice-presidente, Miguel Díaz-Canel.

+++ Cuba diz que expulsão de diplomatas foi 'infundada' e 'inaceitável'

No domingo, Díaz-Canel defendeu a "continuidade" da Revolução liderada por Che Guevara e mantida pela Família Castro. "Eu não vejo rupturas no nosso país, creio que tem de haver continuidade. Tem muitos jovens como delegados (conselheiros)", disse, depois de votar. Questionado sobre a possibilidade de se tornar presidente de Cuba, ele evitou se pronunciar, mas disse que no futuro "haverá presidentes em Cuba sempre defendendo a Revolução e serão companheiros que sairão do povo, o povo os elegerá", disse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.