Cuba retira restrições para viagens de cubanos por via marítima
Nova diretriz da ilha permitirá a entrada e saída de seus cidadãos como passageiros e tripulantes de navios e cruzeiros; empresa anuncia viagem entre EUA e Cuba em 1º de maio
Por Redação
Atualização:
HAVANA - O governo de Raúl Castro anunciou nesta sexta-feira, 22, o fim das restrições para as viagens de cubanos por via marítima, vigente há décadas, uma proibição que mantinha em suspenso a retomada de cruzeiros entre os Estados Unidos e a ilha comunista.
As medidas, que entrarão em vigor na terça-feira, 26, permitirão a entrada e saída de cubanos como passageiros e tripulantes de navios e cruzeiros, segundo uma nota oficial divulgado pelo jornal estatal Granma. "O governo decidiu autorizar a entrada e saída de cidadãos cubanos, independente de sua condição migratória, na qualidade de passageiros e tripulantes de cruzeiro", indicou o texto.
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Cuba aceitou liberar as viagens marítimas como parte do processo de normalização das relações Estados Unidos iniciado em dezembro de 2014, e que alcançou seu máximo ponto com a histórica visita do presidente Barack Obama a Havana, em março.
Estas novas disposições, que se somam à retomada de voos comerciais entre os dois países, permitirão em teoria destravar a anunciada retomada das viagens de cruzeiro.
Viagem histórica. Após a decisão do governo cubano, a empresa americana Carnival confirmou nessa sexta-feira a "histórica viagem" de um cruzeiro de Miami para Cuba, o primeiro em meio século.
"A Carnival será capaz de ir e voltar de Cuba com passageiros que incluam pessoas nascidas em Cuba. Estamos muito orgulhosos de ser parte desta solução histórica", disse em uma teleconferência o diretor da empresa, Arnold Donald.
Há uma semana a Carnival se encontrava em meio a uma turbulência política, por causa de protestos de cubano-americanos pela impossibilidade de poder comprar uma passagem de cruzeiro ao seu país de nascimento.
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É cada vez mais comum a presença de turistas americanos em Havana, atraídos por construções antigas e carros clássicos que ainda circulam pelas ruas Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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Altar onde Papa Francisco rezará a primeira missa em território cubano Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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A retomada das relações entre EUA e Cuba está permitindo a entrada de navios de cruzeiros e elegantes iates de luxo no território cubano Foto: Desmond Boylan / AP
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Preparativos para receber o Papa em Havana começam a mudar a fachada da capital. Pontífice chega à cidade no dia 19 de setembro Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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Turistas caminham em Havana e desfrutam de uma autêntica "viagem no tempo" Foto: Alejandro Ernesto / AP
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Grupo de turistas visita uma feira de livros em Havana. Muitos americanos querem visitar a ilha para saber o que mudou em 50 anos Foto: Alejandro Ernesto / AP
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Trabalhadores cubanos constroem altar para a visita do Papa Francisco Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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Cachorro com fantasia em desfile de Carnaval em Santiago. Festividade deve atrair mais turistas a cada anoapós a retomada das relações com os EUA Foto: Alejandro Ernesto / EFE
Com a onda de pressões, a Carnival chegou a anunciar que estava disposta a adiar seus cruzeiros a Cuba até que as autoridades em Havana eliminassem as restrições às pessoas nascidas em Cuba.
A suspensão anunciada pelo governo cubano, no entanto, permitiu à empresa retomar o plano previsto de iniciar seus cruzeiros a Cuba em 1º de maio.
De acordo com Donald, os cubanos que emigraram para os Estados Unidos antes de 1º de janeiro de 1971 precisarão de um visto especial, e os que saíram do país após essa data poderão viajar com o passaporte cubano.
"Estas são as exigências para viajar por ar, e entendemos que as exigências para viajar em cruzeiro serão similares", expressou o executivo. "Temos certeza de que haverá pessoas nascidas em Cuba no cruzeiro, nessa primeira viagem", acrescentou.
O navio Adonia (com capacidade para 704 passageiros) zarpará de Miami em 1º de maio, com paradas em Havana, Santiago de Cuba e Cienfuegos. / AFP