Cuba volta a impor limites à saída de médicos do país

Em um exemplo raro de retrocesso nas reformas modernizadoras dos últimos anos, o governo comunista afirmou que irá retomar as restrições que haviam sido suspensas em 2013

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Atualização:

HAVANA - Cuba voltou a impor limites à saída de médicos do país nesta terça-feira, 1º, dizendo que seu sistema de saúde universal e gratuito foi "seriamente afetado" pela fuga de especialistas vitais.

Em um exemplo raro de retrocesso nas reformas modernizadoras dos últimos anos, o governo comunista afirmou que irá retomar as restrições que haviam sido suspensas em 2013.

Manifestação de médicos em imagem do dia 1º de maio de 2014 Foto: AP Photo/Ramon Espinosa, File

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Cuba argumentou estar reagindo a um programa dos Estados Unidos que procura privar seu ex-inimigo da Guerra Fria de médicos, enfermeiras e demais especialistas que trabalham em outros países. O Programa Condicional de Profissionais Médicos de Cuba, iniciado em 2006, continua em vigor, embora o presidente americano, Barack Obama, tenha retomado relações diplomáticas com Cuba este ano.

Agora os profissionais médicos precisam de permissão especial para deixar a ilha caribenha para viagens pessoais, a segunda restrição imposta à emigração cubana em uma semana em meio a uma crise na América Central, onde milhares de cubanos que tentam chegar aos EUA vêm sendo barrados nas fronteiras.

Na quinta-feira passada, o Equador começou a exigir vistos para cubanos que rumam aos EUA, bloqueando uma rota preferida deles ao vizinho do norte.

Do Equador, onde até segunda-feira os viajantes podiam voar sem vistos, os cubanos iniciam uma viagem terrestre de 7 mil quilômetros que implica cruzar ilegalmente oito divisas para alcançar o território americano. Uma vez lá, eles recebem tratamento preferencial para entrar e se instalar permanentemente com relativa facilidade.

Um aumento súbito do fluxo em novembro levou a Nicarágua a fechar sua fronteira sul com a Costa Rica, onde cerca de 4 mil cubanos estão impedidos de prosseguir e em condições ruins. Outros 850 estão parados no Panamá, incapazes de chegar à Costa Rica.

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Embora atribua o êxodo "fundamentalmente a motivações econômicas", Cuba também culpou as políticas americanas de acolhimento dos cubanos, enquanto imigrantes de nações vizinhas são deportados. / REUTERS

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