Cúpula do Estado Islâmico está fugindo de Mossul, diz Pentágono 

Líderes do grupo jihadista estão abandonando a cidade à medida que ofensiva militar avança; por onde passaram, deixaram posições defensivas de concreto e cavaram trincheiras e túneis, além de terem plantado explosivos

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Por Redação
Atualização:

BAGDÁ - A cúpula do Estado Islâmico (EI) estava abandonando Mossul, à medida que se intensificava nesta quarta-feira, 19, a ofensiva das forças iraquianas e curdas para tomar o controle dessa que é a segunda maior cidade do Iraque, informou o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

O comandante da operação americana contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria, o general de divisão Gary J. Volesky, afirmou ontem durante uma teleconferência, direto de Bagdá, ter “indicações de que os líderes abandonaram (Mossul)”. 

Com a bandeira do país hasteada, Iraquianos comemoram a retomada do vilarejo de Bajwaniyah, nos arredores de Mossul Foto: AFP PHOTO / AHMAD AL-RUBAYE

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“Vimos movimento de saídas de Mossul. Para onde vão, disso vão cuidar nossos soldados que marcam os objetivos”, disse Volesky, que não quis especificar o número de líderes que saíram da cidade.

O militar também declarou que, por enquanto, tanto os líderes como os combatentes estrangeiros do EI são os que têm mais dificuldades de fugir de Mossul, já que não podem ser confundidos facilmente com a população. Volesky explicou que as saídas da cidade estão sendo monitoradas e ataques aéreos têm sido lançados contra comboios de combatentes em retirada.

Desde junho de 2014, quando o EI tomou Mossul e o líder do autodenominado califado, Abu Bakr al-Baghdadi, apareceu na mesquita central para anunciar a conquista, acredita-se que o principal dirigente da organização terrorista esteja escondido na cidade.

Ainda segundo o Pentágono, em Mossul pode haver até 5 mil combatentes jihadistas entrincheirados e preparados para a batalha e um longo assédio militar. Membros do grupo ergueram muros, posições defensivas de concreto e cavaram trincheiras e túneis, além de terem plantado explosivos nas entradas da cidade. 

Moradores que começaram a retornar hoje para a aldeia Sheikh Amir, na estrada para Mossul, recapturada durante a noite de terça-feira por combatentes curdos, se depararam com uma grande quantidade de explosivos. A aldeia, a cerca de 30 km de Mossul, estava entrincheirada com elaboradas defesas subterrâneas, abandonas pelos jihadistas. 

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Forças leais ao governo de Bagdá avançaram também pelos vilarejos de Qayyara e de Jazir, no leste do país, rumo a Mossul, o último grande reduto do Estado Islâmico no Iraque. O comando iraquiano informou que os combatentes jihadistas respondiam com atentados suicidas, mas a ofensiva seguia como previsto. 

Antes de alcançar a periferia de Mossul, as forças iraquianas atravessarão territórios controlados pelo EI no entorno da cidade. Três dias após o início da ofensiva, forças apoiadas pelos EUA e curdas estão recuperando firmemente territórios afastados antes da grande investida contra a cidade em si. 

Mossul é cinco vezes maior que todas as outras cidades em poder do EI. Recapturá-la teria um impacto decisivo contra o grupo. Espera-se que o ataque resulte na maior batalha no Iraque desde a invasão liderada pelos EUA em 2003. A ONU alerta que mais de um milhão de pessoas podem se deslocar em razão da ofensiva, causando uma das “piores catástrofes humanas” em anos. / REUTERS e EFE 

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