‘De luto’, Angela Merkel vê aumentar o tom das críticas

Chanceler alemã lamenta incidente em mercado natalino em Berlim que deixou nove mortos e dezenas de feridos

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A chanceler alemã, Angela Merkel, lamentou ontem o incidente no mercado natalino de Berlim e disse estar “de luto” pelas vítimas. “Esperamos que os vários feridos recebam toda a ajuda necessária. Foi algo terrível”, afirmou a chefe de governo da Alemanha. Desde que foi informada sobre o ocorrido, ela ficou o tempo todo em contato com seus assessores para saber dos detalhes.

Merkel tem enfrentado duras críticas na Alemanha desde que liderou uma campanha para que países europeus acolhessem mais refugiados – Berlim deu exemplo anunciando sua disposição de receber centenas de milhares de pessoas que fugiam de conflitos no Oriente Médio e no Norte da África.

Chanceler alemã, Angela Merkel Foto: REUTERS/Fabrizio Bensch

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Antes prestigiada, Merkel passou a ter um desgaste no poder e mesmo diante de temas polêmicos, anunciou sua opção por tentar um quarto mandato – ela lidera a União Democrata Cristã (CDU) desde 2000 e está na presidência desde 2005.

Graças aos eleitores xenófobos, o partido Alternativa para Alemanha (AfD) tem crescido em popularidade e está se colocando como a terceira força nacional defendendo posições políticas de extrema direita.

Por ter aberto as fronteiras da Alemanha aos refugiados, defendendo o slogan “conseguiremos” e reforçando a capacidade da Alemanha de receber os necessitados, Merkel sofreu golpes duros e passou a ser acusada de ser refém de Recep Tayyip Erdogan, o autoritário presidente turco – os dois países fizeram acordos em busca de soluções.

No fim do ano passado, houve grande preocupação com os casos de abusos sexuais e roubos em Colônia – entre os possíveis culpados, estavam pessoas que haviam pedido asilo. Em julho, na Baviera, dois pequenos ataques jihadistas foram cometidos por refugiados.

A polícia alemã passou a fazer operações a fim de evitar o radicalismo islâmico e muitos na Alemanha temiam que algum atentado de grandes proporções pudesse ocorrer a qualquer momento. Pressionada, Merkel sabe que terá de lidar com as críticas da extrema direita e seus simpatizantes. / EFE

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