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Democratas reclamam de exibição de documentário anti-Kerry

Por Agencia Estado
Atualização:

O Partido Democrata e 18 senadores estão denunciando às autoridades eleitorais planos de uma companhia de comunicação de passar em 62 emissoras de TV um documentário crítico das atividades antiguerra de John Kerry três décadas atrás, depois que ele voltou do Vietnã para os Estados Unidos. O Sinclair Broadcast Group pediu a suas afiliadas - muitas delas em estados onde a eleição é muito disputada - para suspenderem sua programação normal e divulgar trechos ou todo o documentário como parte de um programa de uma hora a ser transmitido duas semanas antes das eleições de 2 de novembro. A companhia tem forte presença em vários estados, como Ohio, Flórida e Pensilvânia, cobrindo 25% da audiência nacional. Mark Hyman, um vice-presidente da Sinclair, disse que o programa constará do documentário de 42 minutos e de uma mesa de discussão. Chamado Stolen Honor: Wounds That Never Heal (Honra Roubada: Feridas que Nunca Fecham), o documentário traz o testemunho de Kerry perante o Congresso e o vincula à atriz e ativista Jane Fonda, uma figura odiada pela direita americana. Também são mostradas entrevistas com prisioneiros americanos da guerra do Vietnã e suas esposas. "O documentário é apenas parte de um programa especial de notícias que estamos organizando. Convidamos o senador John Kerry a participar", disse Hyman. O Comitê Nacional Democrata planeja entrar com uma reclamação junto à Comissão Federal Eleitoral argumentando que a divulgação do filme pelo Sinclair deveria ser considerada um tipo de contribuição ilegal para a campanha do presidente George W. Bush. Além disso, 18 senadores democratas enviaram hoje uma carta à Comissão Federal de Comunicação pedindo para que seja investigado se o plano de Sinclair era um uso impróprio de ondas públicas. A Sinclair já havia causado polêmica em maio, quando orientou suas afiliadas a não colocar no ar um programa da ABC NEWS onde foram lidos os nomes dos soldados americanos mortos até então no Iraque. Altos executivos da companhia fizeram o máximo de contribuição legal à campanha de Bush, como mostram documentos eleitorais. Não houve qualquer contribuição à campanha de Kerry.

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