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Depois de 21 dias, Estados Unidos tomam Bagdá

Por Agencia Estado
Atualização:

Vinte e um dias depois do início da Operação Liberdade Iraquiana, Bagdá caiu em poder dos militares norte-americanos com uma rapidez e facilidade desconcertantes. Não houve resistência - ou, pelo menos, não houve resistência organizada - aos tanques da 3ª Divisão de Infantaria que tomaram as principais avenidas da capital na manhã de hoje, madrugada no Brasil. As autoridades em Washington e Londres recomendaram cautela aos que se apressaram em declarar terminada a guerra no Iraque, que causou milhares de vítimas entre civis e militares, dos dois lados. Mas fizeram questão de deixar claro que Bagdá tinha caído. E, com a capital, o regime liderado por Saddam Hussein, que há quase 30 anos controlava o país com mão de ferro. Ninguém sabe ao certo onde Saddam se escondeu. Ao contrário do que se previa nós últimos meses, nos poucos combates em que esteve presente, a Guarda Republicana - unidade de elite do Exército de Saddam - não se mostrou uma força capaz de conter o avanço americano nas ruas da capital. Depois de quase ininterruptos 20 dias de ataques aéreos, a ausência de explosões dos mísseis Tomahawk e bombas guiadas por satélite parece ter sido a senha para a população de Bagdá de que Saddam já não controlava o país. Alguns moradores tomaram as ruas para celebrar a queda do regime e marcá-la com um gesto simbólico, pondo abaixo a gigantesca estátua de Saddam numa praça do centro de Bagdá. Soldados americanos não se furtaram a ajudá-los na tarefa. À ação, seguiu-se uma onda de saques que as forças da coalizão não tentaram impedir. Das repartições públicas, os bandos de saqueadores retiravam tudo que podiam carregar, de móveis de escritório a computadores e refrigeradores. Durante a entrada na cidade, as colunas de blindados americanas foram recebidas com aplausos. Ao mesmo tempo, soldados americanos, aparentemente em busca de seus camaradas capturados pelas forças americanas, invadiram várias prisões em Bagdá e esvaziaram as celas, libertando prisioneiros iraquianos. Mas não encontraram os americanos capturados. Na capital, ainda se ouviam tiros esporádicos. Os oficiais de campo das tropas da coalizão anglo-americana foram orientados por seus superiores a não baixarem a guarda. Ainda havia combates ao redor de Tikrit, a norte da capital, local de nascimento de Saddam e origem da maior parte de seus comandantes militares. O Comando Central da forças americanas, em Doha, acredita que ainda haja pelo menos dois batalhões da Divisão Hamurábi da Guarda Republicana em condição de combate. Esses batalhões, segundo os comandantes dos EUA, podem ter-se entrincheirado em Tikrit. O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse em Londres que "o comando e o controle" do regime iraquiano tinham se desintegrado, mas advertiu que bandos leais a Saddam - como a milícia Fedayin - ainda poderiam oferecer alguma resistência e causar baixas entre as forças de ocupação. Em Washington, o vice-presidente Dick Cheney também ressaltou que a guerra "não tinha acabado". "Toda a parte central da cidade está segura, mas isso não ocorre em outras áreas de Bagdá", disse o comandante da 3ª Divisão de Infantaria, general Buford Blount. "O fim da fase de combates ainda deve demorar alguns dias." Veja o especial :

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