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Depois que acabar a saliva tem que ter pólvora, diz Bolsonaro ao reagir a declarações de Biden

Presidente brasileiro fez o comentário após ameaça do presidente eleito americano de que o Brasil sofrerá 'consequências econômicas' caso não haja uma atuação mais firme para combater desmatamento e queimadas na Amazônia

Por Idiana Tomazelli , Emilly Behnke e Jussara Soares
Atualização:

BRASÍLIA - Diante da ameaça do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, de que o Brasil sofrerá consequências econômicas caso não haja uma atuação mais firme para combater o desmatamento e as queimadas na Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro reagiu e disse que uma solução “apenas pela diplomacia não dá” nessa situação. “Depois que acabar a saliva tem que ter pólvora. Não precisa nem usar a pólvora, mas tem que saber que tem”, afirmou Bolsonaro, nesta terça-feira, 10.

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Biden citou a possibilidade de consequências econômicas ao Brasil por causa da política ambiental na Amazônia ainda durante a campanha, em debate com o presidente Donald Trump. No último sábado, 7, Biden foi declarado vencedor das eleições, derrotando o atual presidente americano, de quem Bolsonaro é aliado. O presidente eleito dos EUA tem recebido cumprimentos de diversos chefes de Estado, mas ainda não teve a vitória reconhecida pelo brasileiro.

“Assistimos há pouco um grande candidato a chefia de Estado dizendo que, se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele vai levantar barreiras comerciais contra o Brasil”, afirmou Bolsonarodurante evento para lançar a retomada do turismo no País. “Apenas pela diplomacia não dá”, emendou ele, lançando a “pólvora” na relação entre os dois países.

Presidente Jair Bolsonaro participa de lancamento do programa Retomada do Turismo Foto: Gabriela Biló/Estadão

Como mostrou o Estadão ontem, o presidente não dá sinais de que mudará de opinião sobre reconhecer a vitória de Biden e continuará aguardando o fim das ações judiciais movidas pelo presidente Trump, que se recusa a admitir a derrota.

A pressão para o presidente se manifestar aumentou principalmente após autoridades mundiais, incluindo de extrema direita, cumprimentarem Biden pela vitória. Ministros evitam responder sobre a questão e alegam que esta decisão caberá somente ao chefe do Executivo.

A preservação ambiental não é o único ponto de discórdia entre Bolsonaro e o presidente eleito dos EUA. Biden adotou, como primeira medida, a criação de um comitê para o combate da covid-19, cujos índices de contaminação voltaram a subir no país. O democrata também fez um apelo para que a população use máscara, proteção recomendada por especialistas para evitar a transmissão da doença.

Bolsonaro, por sua vez, voltou a dizer que a pandemia está sendo “superdimensionada”. “Aqui começam a amedrontar o povo brasileiro com segunda onda. Tem que enfrentar (segunda onda), é a vida”, afirmou ele.

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