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Deportações ficam suspensas por mais 15 dias, afirma Grécia

Governo de Atenas vai esperar que pedidos de asilo e refúgio sejam avaliados para voltar a aplicar acordo UE-Turquia

Por Andrei Netto - CORRESPONDENTE e PARIS
Atualização:

PARIS - As críticas feitas pela ONU, pela Organização Internacional para Migrações (OIM) e por organizações não governamentais – como a Anistia Internacional – à Grécia e à União Europeia (UE) surtiram efeito. O governo grego anunciou ontem que suspenderá por 15 dias o programa de deportações de imigrantes para a Turquia, iniciado na segunda-feira. Até ontem, apenas 202 pessoas efetivamente haviam sido transferidas nas barcas que zarparam de portos nas ilhas gregas de Lesbos e Chios.

O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores da Grécia, Nikos Xydakis, e confirma a informação revelada na terça-feira de que as deportações seriam suspensas. Até então, o prazo indicado para a retomada era sexta-feira. 

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“Nós sabíamos que haveria uma pausa, um período intermediário antes que o programa comece”, informou Xydakis, durante uma entrevista coletiva em Atenas. Segundo o chanceler, serão necessários “pelo menos 15 dias”, tempo considerado necessário para “tratar o primeiro pacote de pedidos de asilo”. 

A decisão leva em consideração as denúncias de que pessoas que haviam solicitado o asilo político à Grécia, sem ainda terem recebido resposta positiva ou negativa, estavam entre os deportados na segunda-feira – uma situação que viola a Convenção de Genebra, marco legal do tratamento a imigrantes originários de países em guerra. 

“Em 15 dias, as autoridades poderão processar entre 400 e 500 pedidos”, explicou o chanceler, o que, em tese, permitirá a retomada das deportações. No período, Atenas indicou que já poderá realizar transferências pontuais de pessoas que tenham recebido resposta negativa à solicitação de permanência no país.

Até o início da vigência do acordo firmado entre UE e Turquia no dia 18, eram raros os casos de imigrantes que solicitavam asilo na Grécia, pois o pedido obriga o beneficiário a permanecer no país, pelas normas vigentes. Com o início das deportações, houve uma adesão em massa dos acampados, que solicitaram o benefício com o objetivo de impedir a extradição. 

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