FRANKFURT, ALEMANHA - O Deutsche Bank, o maior banco da Alemanha, entregou ao FBI, a polícia federal investigativa dos Estados Unidos, informação sobre as contas do presidente Donald Trump como parte das investigações sobre a interferência da Rússia nas eleições presidenciais americanas.
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O jornal alemão Handelsblatt informou ontem que o FBI solicitou ao Deutsche Bank várias semanas atrás informação sobre as contas que o presidente americano possui na entidade financeira alemã.
Antes de chegar à presidência, Trump dispunha de contas no Deutsche Bank por conta de seus negócios no setor imobiliário. O Deutsche Bank, que até agora alegava sigilo bancário para não entregar as informações, concedeu créditos a Trump no valor de US$ 300 milhões.
O jornal Wall Street Journal também informou ontem que o procurador especial encarregado da investigação sobre a ingerência Rússia, Robert Mueller, pediu ao Deutsche Bank dados sobre as contas do presidente Trump e de pessoas próximas ao magnata, entre eles os seus parentes. “Siga o dinheiro”, disse a fonte conhecida como “Garganta Profunda” ao jornalista Bob Woodward quando ele investigava o Escândalo Watergate. Agora descobrimos que Mueller está seguindo o dinheiro de Trump.
Um porta-voz da entidade bancária limitou-se a confirmar que está “cooperando com as autoridades”, sem oferecer mais detalhes, segundo o Wall Street Journal.
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O maior banco da Alemanha foi um dos grandes provedores de liquidez para a família Trump e uma das poucas entidades que não se retiraram diante do risco que outros consideravam em relação aos negócios do magnata nova-iorquino.
Até o momento, a investigação de Mueller supôs o indiciamento de quatro pessoas relacionadas a Trump: o seu assessor de segurança Michael Flynn, seu ex-chefe de campanha Paul Manafort, o seu número 2, Rick Gates, e seu ex-assessor George Papadopoulos.
Em maio, cinco deputados democratas enviaram uma carta ao presidente do Deutsche Bank, John Cryan, pedindo que a instituição fornecesse qualquer informação referente às contas de Trump e suas ligações com a Rússia. O banco rejeitou o pedido, argumentando que tinha de respeitar a privacidade das informações de seus clientes. / AP e EFE