CARACAS -A cidade de Maracay, uma das mais importantes da Venezuela, foi palco de saques e atos de vandalismo contra prédios do governo e do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) na madrugada desta terça-feira, 27. Segundo a deputada opositora Dinorah Figuera, dez supermercados, além de duas farmácias e outros comércios menores foram pilhados. Manifestantes contrários ao presidente Nicolás Maduro queimaram a sede local do PSUV, o prédio da estatal de telecomunicações e um edifício da receita federal venezuelana.
Segundo a opositora, os saques foram comandados por coletivos leais ao governo e apresentou como indício disso o fato de não haver presença policial para coibi-los. "Foi uma ação com a complacência das autoridades regionais", disse a deputada, que acrescentou haver dezenas de feridos na repressão aos protestos de segunda-feira, nos quais os opositores fecharam ruas em todo o país.
No único balanço oficial sobre os protestos de ontem, o Ministério Público, chefiado pela chavista dissidente Luísa Ortega, informou que um jovem foi ferido na cabeça por um disparo da Guarda Nacional Bolivariana. Outrastrês pessoas foram feridas à bala em Caracas - todos soldados da Guarda Nacional Bolivariana (GNB).
A coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) convocou para hoje um protesto em defesa dos jornalistas que cobrem os protestos no país, que começaram em abril e já deixaram 75 mortos e mais de 1,5 mil feridos.
O principal sindicato de imprensa da Venezuela denunciou no domingoagressões a 376 jornalistas desde o início dos protestos. Segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Imprensa (SNTP), a maior parte das ocorrências veio de militares e policiais.
“Até 24 de junho, 376 trabalhadores da imprensa foram agredidos em 238 casos documentados, dos quais as forças de segurança são responsáveis por 170”, afirmou a organização no Twitter. Além disso, a entidade contabiliza 33 detenções ilegais de trabalhadores dos meios de comunicação.
Ainda hoje, Maduro realiza encontro sobre Assembleia Constituinte, contestada pela oposição e por parte da população./ EFE e AFP