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Ao lado de Evo, Dilma diz que adesão da Bolívia ao Mercosul fortalece o bloco

Essa é a primeira visita oficial do líder andino ao Brasil desde que a governante chegou ao poder, há pouco mais de cinco anos

Por Carla Araújo - Brasília
Atualização:

Ao lado do presidente da Bolívia, Evo Morales, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil apoia de forma “firme” e “determinada” a adesão da Bolívia ao Mercosul e disse que ela aprofunda a integração sul-americana. “(A adesão) Ela confirma a atratividade do bloco, aumenta a atratividade do bloco, fortalece o propósito energético de eliminar barreiras comerciais”, disse.

No esforço de tentar ampliar as relações comerciais do Brasil, ontem a presidente recebeu o presidente da Bulgária, Rosen Plevneliev, e anunciou que os dois discutiram uma forma de agilizar o acordo bilateral entre o Mercosul e a União Europeia.

O presidente boliviano, Evo Morales, e a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto Foto: AFP PHOTO/EVARISTO SA

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Segundo a presidente, o Brasil dá seu respaldo ao objetivo do país vizinho em se transformar em centro energético internacional. “Evo e eu repassamos os principais temas da agenda bilateral”, disse a presidente, destacando a importância da integração energética. “O Brasil estimula e apoia o objetivo anunciado pelo presidente Evo de transformar a Bolívia em centro enérgico internacional”, disse.

Ao destacar a importância enérgica da Bolívia para o Brasil, Dilma disse que o vizinho é “fundamental” e “estratégico”, mas ponderou que é preciso em ampliar o comércio entre os dois países. “Somos o primeiro destino das exportações bolivianas e o segundo maior fornecedor de produtos para o país”, afirmou. “É necessário, porém, aumentar e diversificar as nossas trocas para voltar a superar o patamar de US$ 5 bilhões de intercâmbio comercial.”

Dilma citou que hoje a Bolívia contribui com cerca de 30% da oferta de gás natural e afirmou que, mediante a novos investimentos, o vizinho deve ampliar seu potencial de produção e exportação e os dois países ainda podem ampliar parcerias. “Estabelecemos em 2015 o Comitê Binacional sobre energia para trabalharmos na identificação e desenvolvimento de novas oportunidades, como, por exemplo, o aproveitamento hidrelétrico conjunto do Rio Madeira”, afirmou. 

Segundo a presidente, há interesse do Brasil em avançar em projetos de infraestrutura que facilitem os fluxos entre os países, na América do Sul e nos mercados extrarregionais. “Abordamos e definimos o estudo e avaliação econômico-financeira do projeto do corredor ferroviário biocênico central, projeto complementar à ferrovia transcontinental”, citou a presidente. 

Dilma disse ainda que na conversa, os dois presidentes fizeram uma análise da conjuntura econômica internacional e seu impacto em países como Brasil e Bolívia e disse que abordou a necessidade de combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus da dengue, do vírus chikungunya e do zika vírus. 

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Em seu discurso, Evo citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao agradecer o apoio do Brasil para a economia da Bolívia. Em seguida, Dilma oferece a ele um almoço no Palácio Itamaraty, onde fizeram o tradicional brinde entre chefes de poder. No discurso do brinde, Dilma aproveitou para convidar o colega para visitar o Brasil durante os Jogos Olímpicos. 

Balança. Em 2015, as exportações brasileiras para a Bolívia caíram 8% (de US$ 1,6 bilhão para US$ 1,5 bilhão). Já as importações tiveram queda de 34,3% (de US$ 3,8 bilhões para US$ 2,5 bilhões) em relação a 2014. O Brasil é o principal destino das exportações bolivianas, devido à venda do gás natural. Em 2015, os cinco principais mercados de destino das exportações bolivianas foram Brasil (28%), Argentina (17%), EUA (12%), Colômbia (7%) e China (5%), correspondendo a aproximadamente 70% das exportações globais da Bolívia.

Já as exportações brasileiras para a Bolívia são compostas basicamente de manufaturados (96,4% em 2015), com destaque para barras de ferro, betume de petróleo, condutores para uso elétrico, tratores, locomotivas, móveis de madeira, arroz, calçados e fungicidas. 

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Visita oficial inédita. Essa é a primeira visita oficial do líder andino ao Brasil desde que a governante chegou ao poder, há pouco mais de cinco anos. Dilma assumiu a presidência em janeiro de 2011 e desde então teve vários encontros com Evo Morales à margem de cúpulas ou em outros foros. Os dois também estiveram nas respectivas cerimônias de posse, mas até agora ainda não haviam tido uma reunião oficial de trabalho bilateral como a de hoje. 

Mais tarde, as 15 horas, Dilma participa da sessão solene destinada a inaugurar a 2ª Sessão Legislativa Ordinária da 55ª Legislatura do Congresso Nacional, no Plenário da Câmara dos Deputados. Esta é a primeira vez que Dilma irá pessoalmente ao Congresso para entregar a mensagem presidencial, desde que assumiu o Palácio do Planalto, em 2011. O ritual geralmente é cumprido pelo ministro da Casa Civil e Dilma já exerceu essa tarefa em 2010, quando ocupou esse cargo, no governo Lula. 

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