Discurso de Netanyahu no Congresso será 'destrutivo', diz assessora de Obama

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Por Gabriela Korman e COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIATED PRESS
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A assessora de Segurança Nacional do presidente norte-americano, Susan Rice, afirmou que a decisão do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de falar no Congresso em Washington na próxima semana é "destrutiva" para as relações entre os Estados Unidos e Israel. Susan Rice declarou em entrevista ao canal de televisão PBS na terça-feira que ao aceitar o convite para discursar, feito por líderes Republicanos no Congresso, Netanyahu "injetou um grau de partidarismo" em um relacionamento que deveria estar acima disso. "A relação sempre foi bipartidária e deve seguir assim", disse a assessora. A declaração de Rice é considerada uma das críticas mais contundentes ao discurso de Netanyahu e o impacto negativo que ele pode gerar nas relações entre Israel e os Estados Unidos. A fala do primeiro-ministro israelense foi agendada sem o conhecimento do Departamento de Estado norte-americano, fato que o governo considera um desvio no protocolo diplomático. Netanyahu pretende falar sobre o Irã em uma sessão conjunta das câmaras no dia 3 de março. O governo norte-americano acredita que a visita tem como meta impedir um acordo nuclear dos Estados Unidos com o Irã - o grande objetivo da política externa de Obama. "Eu lamento que o convite para discursar no Congresso seja visto por alguns como um ato político ou partidário. Eu posso garantir que a minha intenção ao aceitar o convite é falar sobre o medo de Israel em relação a um possível acordo nuclear com o Irã que pode ameaçar a sobrevivência do meu país", escreveu Netanyahu em uma carta para os senadores Democratas Dick Durbin e Dianne Feinstein.Deputados e senadores Democratas afirmaram que não vão assistir ao discurso de Netanyahu, pois o consideram uma afronta ao governo, que está envolvido em negociações com o Irã sobre seu programa nuclear. Não há planos de Obama para se reunir com Netanyahu na próxima semana. A Casa Branca tem uma política de não se encontrar com líderes quando eleições no país estão próximas. Em Israel, as eleições estão marcadas para o dia 17 de março.

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