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Dissidentes das Farc sequestram funcionário da ONU na Colômbia

O colombiano Arley Lopez, do Escritório das Nações Unidas de combate às Drogas e ao Crime, foi interceptado no sul do país quando trabalhava em projeto de substituição de cultivos ilegais

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Por Redação
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BOGOTÁ - Um funcionário do Escritório das Nações Unidas de combate às Drogas e ao Crime (ONUDC) que trabalha em um projeto de substituição de cultivos ilegais na Colômbia foi sequestrado por rebeldes dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que rejeitaram o processo de paz, disseram fontes da ONU, da polícia e dos militares nesta quinta-feira, 4.

O funcionário colombiano da ONU Arley Lopez foi raptado por homens armados na véspera perto de Miraflores, em Guaviare, província do sul da Colômbia onde o cultivo de folha de coca alimenta grande parte da produção de cocaína do país há tempos. Ele foi detido em comboio de veículos, disseram as fontes. 

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos (E) participade reunião com o representante do Conselho de Segurança da ONU na Colômbia, Matthew Rycroft Foto: EFE/MAURICIO DUEÑAS CASTAÑEDA

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"O Governo rejeita este lamentável fato que atenta contra a substituição voluntária de cultivos ilícitos com as famílias dedicadas ao cultivo de coca em diferentes zonas do país, e contra a integridade do funcionário da ONUDC", indicou o Conselho para o Pós-conflito, que depende da Presidência da Colômbia, em um comunicado.

Em uma declaração emitida pouco depois, o Sistema das Nações Unidas na Colômbia rejeitou a retenção do funcionário. "Estamos trabalhando com as autoridades competentes para a libertação imediata e segura", indicou no texto.

Nesta quinta, o alto conselheiro presidencial para o pós-conflito da Colômbia, Rafael Pardo, disse que aparentemente o funcionário seria libertado. "Hoje ao meio-dia será libertado o funcionário da ONU. Foi sequestrado por uma dissidência das Farc e já anunciaram que irão libertá-lo. Esta ação é absolutamente inaceitável", disse Pardo a jornalistas sobre o incidente. Até o começo da tarde, porém, não havia confirmação da libertação de Lopez.

O sequestro aconteceu no momento em que o Conselho de Segurança da ONU está na Colômbia para debater o acordo de paz assinado no final do ano passado com as Farc para encerrar mais de cinco décadas de conflito na nação andina.

Embora até 7 mil combatentes tenham concordado com o pacto e atualmente estejam envolvidos no processo de entrega das armas à ONU, várias centenas deles se recusaram a fazê-lo. Estes dissidentes formaram um novo grupo criminoso e continuam com o lucrativo negócio do tráfico de drogas que as Farc praticaram durante anos, disseram os militares. A liderança das Farc expulsou os dissidentes.

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Durante anos as Farc usaram o tráfico de drogas, os sequestros e a extorsão para financiar sua luta com o governo. / REUTERS, EFE e AFP