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Documentos de Bin Laden revelam desejo de financiar a jihad

Cartas fazem parte de um lote de 113 documentos apreendidos pelas forças especiais dos Estados Unidos que o mataram em 2011

Atualização:

WASHINGTON - O ex-líder da Al-Qaeda Osama bin Laden explicou em cartas e outros documentos como pelo menos 29 milhões de dólares de seus fundos e posses deveriam ser divididos depois de sua morte, solicitando que a maior parte fosse usada para dar continuidade à jihad global.

Uma das cartas, que faz parte de um lote de 113 documentos apreendidos pelas forças especiais dos Estados Unidos que mataram Bin Laden em 2011, foi descrita por agentes de inteligência dos EUA como o que acreditam ser o seu testamento final.

Multidão comemora a morte do maior procurado, Osama Bin Laden, em Nova Iorque, nos EUA. Foto: Chip East/Reuters

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A Reuters e a rede de televisão norte-americana ABC tiveram acesso exclusivo aos documentos, que foram traduzidos do árabe e liberados para divulgação por agências de inteligência dos EUA. Fazem parte de um segundo lote de papéis obtidos durante a operação que levou à morte de Bin Laden e deixaram de ser confidenciais em maio de 2015. Uma grande parte deles ainda está para ser divulgada.

Um documento, uma nota manuscrita que agentes de inteligência norte-americanos acreditam que o militante saudita escreveu no final dos anos 1990, determina como ele queria distribuir cerca de US$ 29 milhões que tinha no Sudão.

Cerca de 1% desse montante, escreveu Bin Laden, deveria ir para Mahfouz Ould al-Walid, militante veterano da Al Qaeda que usava o pseudônimo Abu Hafs al-Mauritani. "Prometi a ele que iria recompensá-lo se ele tirasse o dinheiro do governo sudanês", escreveu o terrorista.

Bin Laden viveu no Sudão durante cinco anos como convidado oficial, até o então governo fundamentalista islâmico lhe pedir que fosse embora em maio de 1996 por pressão dos EUA.

Outro 1% da soma deveria ser dado a um segundo associado, o engenheiro Abu Ibrahim al-Iraqi Sa'ad, por ter ajudado a criar a primeira empresa de Bin Laden no Sudão, a Wadi al-Aqiq, informa o documento.  / REUTERS

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