SEUL - Ao menos duas pessoas morreram nos atos que tomaram conta de Seul após o afastamento definitivo da presidente Park Geun-hye do poder nesta sexta-feira, 10, segundo autoridades.
Um homem de cerca de 70 anos, que se acredita ser um defensor de Park Geun-hye, caiu de um ônibus em frente ao Tribunal Constitucional, onde ocorreu o julgamento da ex-presidente. Ele teve ferimentos na cabeça e foi levado a um hospital, onde morreu por volta de 13h50 (hora local, 1h50 de Brasília).
A polícia confirmou uma segunda morte, mas não deu detalhes da vítima.
Milhares de apoiadores de Park Geun-hye reagiram com fúria ao veredicto do tribunal, que determinou o afastamento definitivo da primeira mulher a ser eleita presidente do país em meio a uma trama de corrupção envolvendo uma amiga pessoal dela. Munidos de bandeiras do país, os manifestantes gritam e jogam objetos nos policiais que cuidam da segurança do Tribunal Constitucional.
Ao menos 21 mil policiais estão nas ruas de Seul para evitar mais violência nos protestos.
O Partido Coreia Liberdade, de Park, disse "aceitar humildemente" a decisão do Tribunal e afirmou que se sentia responsável pela sua queda.
Exterior. O ministro da Defesa da Coreia do Sul, Han Min-goo, ordenou que os militares fiquem em alerta para possíveis provocações norte-coreanas, que tentam explorar "situações instáveis no país e no exterior".
Em uma videoconferência na sexta-feira com os comandantes militares, Han disse que a Coreia do Norte pode fazer provocações "estratégicas ou operacionais" a qualquer momento. O Norte tem testado mísseis balísticos nas últimas semanas.
O impeachment de Park Guen-hye também repercutiu entre os principais aliados da Coreia do Sul.
O Ministro das Relações Exteriores do Japão, Fumio Kishida, disse que não iria comentar a decisão do tribunal sul-coreano por se tratar de questões internas, mas reafirmou a aliança com Seul.
Já os Estados Unidos disseram que o processo de destituição de Park não afeta a "forte" aliança entre os países. / ASSOCIATED PRESS