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Duplo atentado suicida mata 58 no nordeste da Nigéria

Embora nenhum grupo tenha reivindicado o ataque, as suspeitas recaem sobre o Boko Haram, que nos últimos anos matou dezenas de milhares de pessoas na região

Atualização:

(Atualizada às 19h21)

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LAGOS - Pelo menos 58 pessoas morreram e outras 78 ficaram feridas em um duplo atentado suicida ocorrido em um campo de deslocados em Dikwa, no Estado de Borno, no nordeste da Nigéria, informou nesta quarta-feira, 10, a imprensa local.

Segundo as primeiras informações, o atentado aconteceu na terça-feira de manhã quando dois terroristas suicidas se infiltraram no campo enquanto as autoridades distribuíam o café da manhã, mas a notícia do ataque não foi divulgada até hoje pelas dificuldades de comunicação na área.

Jovens nigerianas passam por casas destruídas no vilarejo de Mairi, no Estado de Borno: populações tentam fugir das ações do Boko Haram Foto: EFE/Stringer

Ainda não havia números oficiais, mas moradores da área asseguram que, durante o enterro coletivo realizado ontem, pelo menos 51 dos corpos, a maioria de mulheres e crianças, foram enterrados.

Embora nenhum grupo tenha reivindicado o ataque, as suspeitas recaem sobre o Boko Haram, que nos últimos anos matou dezenas de milhares de pessoas em sua tentativa de impor a sharia, a lei islâmica, no nordeste da Nigéria.

"As pessoas estavam fazendo fila para o café da manhã e uma das bombas explodiu. No caos que se seguiu à explosão, outra bomba foi detonada", relatou à emissora Channels Television Mustapha Ali, uma testemunha do atentado.

O campo para deslocados de Dikwa, que está a 80 quilômetros de Maiduguri, abriga mais de 51 mil pessoas que fugiram da violência do Boko Haram, que declarou sua lealdade ao grupo jihadista Estado Islâmico no início de março do ano passado.

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"Não temos controle sobre nossos movimentos. O governo decide onde nos ficamos, mas gostaríamos que nos realojassem em Maiduguri, porque agora estamos em uma área de guerra", acrescentou Ali.

Apenas em 2015, o grupo islamita radical foi responsável por mais de 4 mil mortes apesar da crescente pressão do Exército nigeriano e de seus aliados regionais.No fim de janeiro, um grupo de milicianos do Boko Haram atacou um povoado perto de Maiduguri, capital do Estado de Borno, e matou pelo menos 85 pessoas.

Nos últimos meses, o grupo terrorista ampliou sua área de operações ao Lago Chade, uma região difícil de controlar pela porosidade das fronteiras entre Nigéria, Camarões, Chade e Níger onde cometeram dezenas de atentados suicidas. / EFE

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