EI executa cameraman em Mossul sob acusação de ser infiel e apóstata

Yala Abadi, de 26 anos, foi executado a tiros pelo grupo terrorista por suposta ligação com a emissora Al Mosuliya, considerada inimiga pelo grupo radical

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MOSSUL - O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) assassinou nesta quinta-feira, 16, um operador de câmera de televisão, acusado de colaborar com o Exército do Iraque e de apostasia. A vítima tinha sido sequestrado há um mês e meio na cidade de Mossul, no norte do país.

O membro do Sindicato de Jornalistas Iraquianos, Sufian Mashadani, afirmou que a vítima, Yala Abadi, de 26 anos, foi executada a tiros. O EI proibiu a família de realizar um funeral porque, segundo o grupo extremista, o jornalista era "kafer" (infiel) e "murtad" (apóstata).

Militantes do EI guardam posto de checagem no nore de Mossul, no Iraque Foto: REUTERS

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Abadi, casado e pai de dois filhos, foi sequestrado junto com um primo em sua casa no bairro de Askar. Os jihadistas também apreenderam seu telefone celular e um computador. Testemunhas do sequestro revelaram que os extremistas chegaram na casa de Abadi guiados por um homem encapuzado que denunciou uma suposta colaboração com o comandante da 2ª Brigada do Exército iraquiano, o general Nasser Ganam.

Abadi começou a trabalhar em 2006, quando tinha apenas 16 anos, como cameraman na televisão via satélite "Al Mosuliya", de Mossul. Depois, foi para a agência de notícias Ain e posteriormente retornou à primeira emissora, até que a cidade caiu nas mãos do EI, em 10 de junho do ano passado.

Também em 2014, dez dias depois da queda de Mossul, Abadi foi sequestrado pelos jihadistas quando gravava na rua, mas naquela ocasião acabou libertado.

Abadi se viu obrigado a deixar sua profissão e trabalhar como taxista, embora o EI o acusasse de continuar trabalhando na "Al Mosuliya", considerada pelos radicais uma emissora inimiga.

Vários jornalistas deste canal foram detidos e executados no último ano pelo Estado Islâmico, que no final de junho de 2014 proclamou um califado nas regiões sob seu controle do Iraque e da Síria. / EFE

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