Eleições parlamentares afegãs são adiadas após pressão ocidental

Adiamento permitiria adoção de reformas pedidas por aliados após denúncias de fraude na eleição presidencial.

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Por BBC Brasil
Atualização:

A comissão eleitoral do Afeganistão anunciou neste domingo o adiamento por quatro meses das eleições parlamentares programadas para maio, consideradas como um importante passo nos esforços de estabilização do país. A Constituição previa que as eleições ocorressem até 22 de maio, mas a comissão anunciou neste domingo a realização do pleito em 18 de setembro, alegando falta de recursos e problemas de segurança para o adiamento. A eleição presidencial do ano passado, na qual o presidente Hamid Karzai foi reeleito, foi marcada por acusações de fraude. Desde então, nações ocidentais vêm pressionando por reformas políticas antes das eleições parlamentares. Para o correspondente da BBC em Cabul John Simpson, a decisão serve para eliminar parte da tensão entre o governo afegão e seus aliados ocidentais, por permitir que as reformas sejam adotadas antes das eleições. As Nações Unidas prometeram fundos para financiar a votação, mas estes recursos foram condicionados à reforma do sistema eleitoral. Estratégia de pacificação Os Estados Unidos e outros países ocidentais afirmaram que outra eleição marcada por acusações de fraude poderia prejudicar a estratégia de pacificação do país. O enviado da ONU para o Afeganistão, Kai Eide, havia afirmado neste mês que a lei afegã permitia o adiamento das eleições, apesar de o presidente Karzai desejar manter a data original. O Afeganistão enfrenta uma contínua incerteza política, com um grande número de postos do gabinete ministerial ainda vagos após a reeleição de Karzai. O Parlamento rejeitou por duas vezes várias das indicações de Karzai para o ministério, forçando o presidente a determinar que subministros assumissem as pastas interinamente. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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