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Em 1º ato público desde que deixou a Casa Branca, Obama defende imigrantes ilegais

Ao falar em evento para estimular jovens a participarem da política do país, ex-presidente americano pediu que os imigrantes sem documentação sejam 'vistos como pessoas'

Atualização:

WASHINGTON - O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama defendeu nesta segunda-feira, 24, que os imigrantes sejam vistos "como pessoas" e não "como o 'outro'" que pode prejudicar aos americanos, ao considerar que a maioria dos cidadãos sem documentação que vivem no país "são apenas famílias que buscam um futuro melhor para seus filhos".

Em seu primeiro ato público desde que deixou o poder, em janeiro, Obama não criticou diretamente ou sequer mencionou seu sucessor, Donald Trump, mas reiterou seu próprio posicionamento sobre imigração, que contrasta com o do atual presidente americano.

Obama evitou comentar o nome de seu sucessor, Donald Trump, durante evento com jovens na Universidade de Chicago Foto: REUTERS/Kamil Krzaczynski

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"É importante que todo o mundo possa ver a realidade dos imigrantes como pessoas", disse Obama em uma conversa com jovens na Universidade de Chicago. "Mas também é necessário que os que defendem os imigrantes tenham respeito pelos que pensam diferente e pelos que poderíamos convencer se explicarmos que vamos criar um sistema migratório que seja justo, mas também permita que as pessoas consigam algumas oportunidades", completou.

Desta forma, Obama respondeu a pergunta feita por Ramuel Figueroa, um estudante hispânico da Universidade Roosevelt de Chicago que contou sua dificuldade ao conduzir uma pesquisa com jornalistas latinos nesta cidade de Illinois.

O ex-presidente americano também destacou a necessidade de "criar confiança" com os imigrantes para poder ajudá-los, algo que, admitiu, "é difícil no contexto atual, mas não é impossível". Neste sentido, ele pediu que os americanos tenham empatia com quem tem outros pontos de vista no delicado debate migratório, um tema que "suscita muitas paixões e, muitas vezes, desinformação". 

"Aqueles que, assim como eu, apoiam uma reforma migratória com um caminho à cidadania (para os imigrantes sem documentos) devem ter cuidado de não assumir que todos os que não gostam do sistema atual são automaticamente racistas", afirmou.

Da mesma forma, "os que estão preocupados com a presença dos imigrantes ilegais" deveriam apreciar "que a esmagadora maioria deles são membros de família que buscam um futuro melhor para seus filhos", destacou Obama.

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Obama, que desde a posse de Trump se manteve discreto, só fez uma única e irônica referência às mudanças no país desde que deixou a Casa Branca. "O que está acontecendo desde que saí?", disse o presidente em tom de brincadeira ao começar sua fala, dedicada a estimular os jovens a participarem da política. / EFE

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