Em Foro de SP, partidos de esquerda latino-americanos declaram apoio à Constituinte na Venezuela

Oposição venezuelana e organizações internacionais qualificam o processo convocado por Nicolás Maduro como inconstitucional

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Atualização:

MANÁGUA - Os participantes do XXIII Encontro do Foro de São Paulo, que está sendo realizado na Nicarágua, aprovaram na terça-feira 18 o envio de uma missão de acompanhamento eleitoral para a Assembleia Nacional Constituinte convocada pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para mudar a constituição do país.

"Formaremos uma missão de acompanhamento eleitoral da Assembleia Constituinte na Venezuela porque a apoiamos", disse a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), senadora Gleisi Hoffmann, durante o encerramento do encontro em Manágua.

Participaram do Foro de São Paulo os representantes de 18 partidos políticos de esquerda de 26 países da América Latina Foto: EFE/Jorge Torres

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Ela afirmou que convocar o povo a votar é a melhor maneira de decidir o destino de um país. As eleições para decidir os integrantes da Constituinte estão marcadas para o dia 30 de julho.

No Foro de São Paulo, que foi realizado em um hotel de Manágua, os representantes de 18 partidos políticos de esquerda de 26 países da América Latina divulgaram também novas resoluções em um documento chamado "Consenso da Nossa América".

O documento cita a defesa do processo de negociação de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o fim do endurecimento do bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba, e o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado por corrupção em primeira instância pelo juiz federal Sérgio Moro.

Participaram do evento representantes de partidos de esquerda de Argentina, Aruba, Barbados, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Curaçao, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Martinica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.

Oposição

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O processo é qualificado como inconstitucional por parte da oposição e de organizações internacionais, e vários governos da região, incluindo o do Brasil, pediram que Maduro desista da Constituinte. Na segunda-feira, Itamaraty divulgou nota na qual exorta as autoridades venezuelanas a cancelarem a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, alegando que suas regras violam o direito ao "sufrágio universal" e o próprio princípio da "soberania popular". 

Para mostrar sua rejeição ao processo, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal aliança da oposição, organizou um plebiscito que contou com a participação de 7,5 milhões de pessoas. Do total, 98% disseram "não" à Assembleia Constituinte.

O XXIII Encontro do Foro de São Paulo foi dedicado ao ex-presidente de Cuba Fidel Castro e a Ernesto Che Guevara. / EFE

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