PUBLICIDADE

Em meio a dúvidas, parlamento catalão nomeia novo presidente

Partidários de Puigdemont sugeriram que o ex-jornalista pode governar a rica região através de videoconferência a partir do exílio autoimposto em Bruxelas

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

 BARCELONA, ESPANHA - O Parlamento da Catalunha se reuniu nesta quarta-feira, 17,  no primeiro passo em direção à formação de um novo governo cercado por dúvidas sobre se o ex-líder deposto Carles Puigdemont pode retornar como líder e continuar sua busca pela independência da região do restante da Espanha. Em um sinal de fortalecimento de partidos que buscam uma separação da Espanha, parlamentares catalães elegeram nesta quarta-feira o político pró-independência Roger Torrent como presidente do Parlamento.

+ Madri manterá controle sobre Catalunha mesmo se Puigdemont for eleito, diz Rajoy

Apoiadores de Puigdemont sugeriram que o ex-jornalista pode governar a rica região através de videoconferência a partir do exílio autoimposto em Bruxelas, para onde fugiu em outubro para evitar ser preso por acusações que incluem insubordinação e traição.

O governador destituído da Catalunha, Carles Puigdemont, quer ser indicado ao cargo por teleconferência ou por procurador Foto: AP Photo/Virginia Mayo

PUBLICIDADE

O governo espanhol decretou um controle direto sobre a região, cuja economia é maior do que a de Portugal, por exemplo, após o governo catalão liderado por Puigdemont fazer uma declaração unilateral de independência.

No entanto, uma eleição regional em dezembro devolveu uma pequena maioria a partidos separatistas em termo de assentos.

Torrent era o candidato preferido à Presidência pelos dois principais partidos pró-independência, o Juntos pela Catalunha e o Esquerda Republicana da Catalunha.

+ Justiça espanhola mantém ex-vice-presidente catalão na prisão

Publicidade

Mas o movimento separatista também foi enfraquecido pelo fato de que cinco membros do Parlamento, incluindo Puigdemont, estão em Bruxelas, enquanto três estão em custódia por seus papeis em um referendo ilegal de independência em outubro.

Na noite de terça-feira, os dois principais partidos pró-independência disseram que irão apoiar Puigdemont como candidato presidencial. Uma votação inicial para escolher o novo líder deve acontecer em 31 de janeiro.

O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, rejeitou a possibilidade de que Puigdemont possa governar por Skype como absurda, e os próprios especialistas jurídicos do Parlamento catalão decidiram que qualquer presidente deve estar fisicamente presente no Parlamento.

+ Separatistas catalães decidem reconduzir governador destituído ao cargo

PUBLICIDADE

No entanto, a decisão final está nas mãos do comitê do Parlamento catalão que será formado nesta quarta-feira. Rajoy disse que irá contestar em tribunais qualquer ação para permitir o retorno de Puigdemont ao poder.

Os assentos de parlamentares ausentes foram marcados com gigantes faixas amarelas nesta quarta-feira. Mesmo que estes parlamentares não possam votar, os partidos pró-independência ainda possuem mais força no Parlamento do que os que favorecem a união com a Espanha.

Apoiadores pró-independência se juntaram do lado de fora do Parlamento nesta quarta-feira, agitando bandeiras catalãs vermelhas e amarelas.

Publicidade

“Eu sei que nós vamos ter uma série de problemas com o governo espanhol, mas nós vamos fazer isto”, disse a manifestante Dolors Esplugas. “Em 31 de janeiro, Carles Puigdemont será nomeado”.

Incerteza sobre ao futuro da região levou milhares de companhias, incluindo dois dos principais bancos do país, a transferirem suas sedes da Catalunha para outras regiões da Espanha.

A tentativa de independência também aumentou tensão entre Madri e Barcelona, dividiu pessoas na região, e causou ressentimento em grande parte do resto da Espanha. / REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.