Embaixada russa na Turquia critica premiação do World Press Photo

Concurso elegeu a imagem do assassino do embaixador da Rússia em Ancara com a arma na mão e ao lado do corpo da vítima como a imagem do ano

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Por Redação
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ANCARA - A embaixada da Rússia em Ancara condenou nesta terça-feira, 14, a decisão do World Press Photo de premiar a fotografia que mostra o assassino de seu embaixador em pé perto do corpo da vítima.

Imagemdo assassino do embaixador da Rússia na Turquia, Mevlut Mert, com a pistola ainda na mão e o corpo do diplomata Andrei Karlov estendido no chão em segundo plano, ganhou o World Press Photo, prêmio mais importante do fotojornalismo internacional Foto: Burhan Ozbilici / The Associated Press

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Em uma mensagem postada em sua página no Facebook, a embaixada protestou contra o que chamou de "decisão desmoralizante", dizendo que refletia uma "completa decadência da ética e valores morais". Fazer "propaganda do horror terrorista é inaceitável", acrescentou.

O júri da competição elogiou a coragem de Burhan Ozbilici, fotojornalista da agência Associated Press, que fez a foto em 19 de dezembro no momento em que Mevlüt Mert Altintas, um policial de 22 anos, atirou nove vezes contra o embaixador russo na capital da Turquia, Andreï Karlov, durante a inauguração de uma exposição.

Altintas foi morto logo após o ataque, durante o qual gritou "Allah Akbar" (Deus é grande) e afirmou que queria vingar a cidade síria de Alepo.

"Foi uma decisão muito, muito difícil, mas, no final, sentimos que a imagem do ano era uma imagem explosiva que realmente reflete o ódio de nossa época", explicou Mary F. Calvert, membro do júri do World Press Photo, citado em um comunicado.

Contudo, a escolha da foto provocou polêmica entre os membros do júri, segundo revelou o seu presidente, Stuart Franklin, em um artigo publicado pelo jornal britânico The Guardian. "Esta é a foto de um assassinato, o assassino e a vítima, os dois na mesma imagem. Moralmente, isso é tão problemático quanto publicar uma decapitação terrorista", escreveu.

O presidente da Comissão de Assuntos Internacionais do Parlamento russo, Konstantin Kosachev, afirmou que a escolha estava "à margem da moralidade" e questionou "quantos terroristas poderiam ser inspirados por esta foto". /AFP

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