Empresa fechará usina nuclear após pedido do governo

Reatores 4 e 5 do complexo de Hamaoka, na província de Shizuoka, serão desativados

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TÓQUIO

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 - O presidente da Chubu Electric Power, Akihisa Mizuno, afirmou nesta segunda-feira, 9, que a companhia decidiu paralisar os reatores números 4 e 5 de sua usina nuclear de Hamaoka, na província de Shizuoka, no centro do Japão. Além disso, o reator número 3 da usina, atualmente em manutenção, continuará fora de operação.

 

Em entrevista coletiva, Mizuno disse que a paralisação da central, que será posta em prática dentro de dois dias, se deve à necessidade de priorizar o bem-estar da população local e de recuperar a confiança da sociedade na energia nuclear depois da crise de Fukushima.

 

Ao contrário da usina nuclear de Fukushima (nordeste do Japão), Hamaoka não foi danificada pelo terremoto de 9 graus Richter nem pelo devastador tsunami do dia 11 de março, mas fica em uma área com risco de sofrer um terremoto de 8 graus nos próximos 30 anos.

 

A decisão de suspender as operações de todos os reatores da central de Hamaoka, considerada uma das mais perigosas do Japão, foi tomada hoje em uma junta extraordinária da Chubu Electric.

 

Mizuno, que qualificou de "difícil" a decisão tomada hoje, insistiu em que é "temporária", pois o Governo lhe exigiu mais medidas de segurança contra possíveis tsunamis, assinalando que se tentará evitar os problemas derivados de um menor abastecimento de energia.Na sexta-feira, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, pediu que os três reatores da usina Hamaoka fossem paralisados, até que medidas de segurança contra terremotos e tsunamis similares aos ocorridos em 11 de março no país sejam implementadas. Segundo reportagens da imprensa japonesa, essas medidas podem demorar até dois anos para serem implementadas.

 

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A usina de Hamaoka fica a cerca de 200 quilômetros ao sudoeste de Tóquio, na beira do mar na província de Shizuoka, onde o Ministério japonês de Ciência estima que haja cerca de 87% de possibilidades de que aconteça um grande terremoto nos próximos 30 anos.O terremoto e o tsunami ocorridos em 11 de março causaram vários problemas na usina Daiichi, em Fukushima, operada pela Tokyo Electric Power (Tepco). Nesse caso, há um plano em andamento para controlar a situação e evitar algum problema mais grave de vazamento radioativo. O acidente que se seguiu ao 11 de março na usina Daiichi foi classificado como o segundo maior da história mundial e o mais grave no Japão. As informações são da Dow Jones.

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