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Empresa que opera usina no Japão pode ter que pagar US$ 26 bi a vítimas

Ações de operadora de usina de Fukushima perderam mais de 75% do valor desde terremoto em março.

Por BBC Brasil
Atualização:

A Tepco, empresa que opera a usina atômica de Fukushima, no Japão, poderá ter que pagar até US$ 26 bilhões em indenizações, segundo avaliação do banco JP Morgan. A companhia está tentando conter um vazamento de radiação na central nuclear e, nesta terça-feira, as autoridades do Japão elevaram a gravidade da crise nuclear no país para o nível máximo, o nível 7, o mesmo adotado na crise nuclear desencadeada pelo desastre de Chernobyl, em 1986. A decisão foi tomada depois da medição da radioatividade na usina. Enquanto a companhia luta para conter a crise nuclear, as ações da Tepco registraram queda na bolsa de valores de Tóquio. As ações da Tepco perderam mais de 75% de seu valor desde 11 de março e estão chegando à cotação mais baixa já registrada. Interpretação da lei Analistas afirmam que, no que diz respeito às indenizações que a Tepco poderá ter que pagar, muito vai depender de como a lei japonesa para estes casos é interpretada. De acordo com a legislação, os operadores de uma instalação nuclear podem ser isentos de encargos se o acidente em uma usina for desencadeado por um desastre natural de caráter excepcional. Segundo os analistas, a decisão de encaixar ou não a atual crise neste tipo de situação poderá determinar o destino da Tepco. "Uma questão importante no que diz respeito às indenizações é se o acidente na usina nuclear de Fukushima pode ser considerado um desastre natural inevitável", afirmou Tomohiro Jikihara, da JP Morgan. O governo japonês ainda deve decidir se vai classificar o terremoto seguido de tsunami como um desastre excepcional. Gravidade da crise Até agora, o grau de gravidade da crise nuclear no Japão estava no nível cinco, o mesmo do acidente em Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979. O Japão também decidiu ampliar a zona de evacuação em torno da usina nuclear afetada, por causa da preocupação com o vazamento radioativo. A zona passará a incluir cinco comunidades fora do raio de 20 quilômetros estabelecido anteriormente, após novas informações sobre os níveis de radiação acumulada, que teriam ultrapassado os limites anuais em áreas 60 quilômetros a noroeste da usina e cerca de 40 quilômetros a sul-sudoeste do local. No Leste do Japão, um novo tremor de magnitude 6,3 pôde ser sentido nesta terça-feira, o segundo em apenas dois dias. O Aeroporto Internacional de Narita fechou suas pistas temporariamente e os serviços de trem e metrô foram interrompidos, na capital, Tóquio. Os tremores secundários acontecem um mês depois que um violento terremoto e um tsunami atingiram o país, deixando quase 28 mil pessoas mortas ou desaparecidas. O governo japonês retirou os moradores de uma área no raio de 20 quilômetros a partir da usina. A usina nuclear de Fukushima Daiichi foi uma das instalações mais atingidas pelo terremoto e tsunami que atingiram o Japão no dia 11 de março. E um novo tremor de magnitude 6,3 pôde ser sentido nesta terça-feira no leste do Japão, onde fica a usina, o segundo em apenas dois dias. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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