Ascensão de Trump faz empresas repensarem apoio a republicanos

Discurso agressivo do magnata que disputa a Casa Branca  contra mulheres e minorias faz com que companhias repensem patrocínios e doações

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - Algumas das maiores empresas dos Estados Unidos estão cada vez mais nervosas sobre qual papel devem desempenhar na Convenção Republicana de julho, na qual o magnata Donald Trump é favorito para obter a nomeação à presidência, apesar de enfrentar a resistência da cúpula do partido. O motivo é a posição refratária do candidato a grupos como negros, mulheres e hispânicos. 

Uma série de ONGs ligadas aos movimentos negro, de imigrantes e feminista está organizando campanhas para pressionar empresasa não patrocinar o encontro, algo comum há décadas tanto nas convenções republicanas quanto democratas. Com o aumento da pressão, algumas empresas estão debatendo privadamente se reduzem sua particapão na Convenção, que ocorrerá entre 18 e 21 de julho, em Cleveland.Entre essas companhias, estão a Apple, o Google e o Wal-Mart.  

Estudo feito pela unidade de inteligência da revista 'The Economist' qualificou Trump como ameaça global Foto: AFP PHOTO / RHONA WISE

PUBLICIDADE

Além da retórica agressiva de Trump, uma das principais preocupações dessas empresas é o risco de protestos violentos durante a convenção. Nas últimas semanas, o magnata ameaçou com "tumultos" de seus seguidores caso a cúpula do partido tente alguma manobra para evitar sua nomeação. A prefeitura de Cleveland recentemente pediu 2 mil kits de equipamento antitumulto para reforçar a sua força policial. 

Para a cidade de Cleveland, no entanto, a fuga das empresas da convenção republicana representaria prejuízo, uma vez que a cidade esperava lucrar com o evento e vendê-lo como um símbolo do renascimento da cidade, uma das mais afetadas pela crise de 2008. 

 

"Conversei com gente de várias empresas que disseram 'sempre fomos às convenções, mas dessa vez não vamos orçar nossa participação nem patrocinar nenhum dos eventos", disse a consultora de financiamento de campanha Carla Eudy.

O Wal-Mart, que contribuiu com US$ 500 mil para a Convenção de 2012, ainda não se decidiu sobre a reunião desse ano, segundo o vice-presidente de assuntos corporativos Dan Bartlett, que ressaltou que a discussão sobre a presença da empresa no evento antecede a ascensão de Trump. Apple e Google preferiram não se pronunciar.

A Coca-Cola diminuiu sua contribuição para a convenção de US$ 660 mil, em 2012, para US$ 75 mil neste ano. Por meio do porta-voz Kent Landers, a empresa não quis explicar o porquê da redução. A companhia, no entanto, tenta diminuir o impactode campanhas de grupos de direitos civis contra o patrocínio à convenção. "A Coca-Cola é apartidária e doou a mesma quantia para a Convenção Democrata", diz a empresa. 

Publicidade

"Essas empresas têm o direito de escolher", disse o diretor da ONG Cores da Mudança Rashad Robinson. "Ele querem que os tumultos sejam patrocinados pela Coca-Cola?". /NYT

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.