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Envolvidos no caso Odebrecht na Colômbia podem ficar livres com lei enviada ao Congresso

Projeto solicita a redução de penas de quem cometeu delitos menos graves que os atrozes e de lesa humanidade

Atualização:

BOGOTÁ - O procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, expressou nesta sexta-feira, 17, sua preocupação por dois projetos da 'Lei Jubileo' enviados ao Congresso pelo governista Partido de La U e pelo Ministério da Justiça. Caso seja aprovado, cerca de 40 mil presos poderiam estar em liberdade, incluindo os envolvidos em esquemas de propina no caso Odebrecht.

Empresa brasileira pagou mais de US$ 11 milhões em propinas na Colômbia Foto: JF DIório/Estadão

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O projeto solicita a redução de penas de quem cometeu delitos menos graves que os atrozes e de lesa humanidade. A solicitação é motivada também pelo suposto "abuso de poder do governo de Santos e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia", segundo o partido opositor Centro Democrático, também interessado em que o projeto seja aprovado.

Martínez enviou uma carta ao Ministro da Justiça, Gil Botero, criticando a lei. Para ele, o projeto seria "um retrocesso enorme" e inspira-se em razões de "benevolência conjuntural sem considerar o impacto da política criminal do Estado".

O procurador disse ainda estar perplexo com a situação pelo "insólito de decretar a liberdade de delinquentes de todos os níveis".

Por isso, Martínez solicitou ao ministro da Justiça a convocação de uma sessão do Conselho de Política Criminal para analisar os projetos da 'Lei Jubileo'.

Caso seja aprovada, a lei vai beneficiar os envolvidos em esquemas de corrupção da Odebrecht no país. Em dezembro, a construtora brasileira admitiu ter pago mais de US$ 11 milhões em propina a funcionários públicos e políticos colombianos. Há a suspeita que as campanhas do atual presidente, Juan Manuel Santos, do Partido de La U, e de Óscar Iván Zuluaga, do Centro Democrático, tenham sido irrigadas com esses recursos ilícitos em 2014. Ambos negam as acusações. / EFE