QUITO - O Equador anunciou nesta quarta-feira, 28, que cortou os sistemas de comunicação do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, exilado na embaixada do país sul-americano em Londres, em uma nova represália por interferir em assuntos de outros países.
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Em um comunicado, o governo de Lenín Moreno advertiu ainda que pode adotar "novas medidas diante do descumprimento do compromisso (de não interferir) por parte de Assange".
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A suspensão de acesso à internet ocorre dias depois de Assange se pronunciar em defesa do separatismo catalão.
A chancelaria equatoriana afirmou em um comunicado que “a medida foi adotada ante o não cumprimento por parte de Assange do compromisso escrito que assumiu com o governo no fim de 2017, pelo qual se comprometia a não emitir mensagens que supusessem uma interferência com relação a outros Estados”.
Quito não detalhou a quanto tempo Assange está sem acesso à internet ou como ele descumpriu o acordo. Contudo, o fundador do WikiLeaks reprovou na segunda-feira, em sua conta no Twitter, a expulsão coordenada de diplomatas russos por países ocidentais.
Assange, de 46 anos, se refugiou em 2012 na embaixada equatoriana em Londres para evitar ser extraditado para a Suécia, que exige o seu retorno para enfrentar acusações de delitos sexuais, os quais ele nega.
Em 2016, o Equador já havia restringido provisoriamente o acesso à internet a Assange por divulgar documentos que tiveram “impacto” sobre a campanha eleitoral americana.
Em dezembro, o presidente equatoriano pediu a Assange para não intervir na crise separatista da Catalunha depois de que ele usou o Twitter para apoiar a campanha de independência catalã e acusar o governo central espanhol de “repressão”.
Moreno defende que fez um “compromisso desde o primeiro dia de governo” para proteger Assange ao considerar que sua vida “corre perigo”, embora considere um “problema herdado” que “causa mais do que um incômodo” ao seu governo. / AFP