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Equador decreta estado de exceção em províncias petrolíferas

Medida foi adotada porque houve paralisação na produção de vários campos

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo do Equador decretou estado de exceção nas províncias amazônicas de Napo, Sucumbíos e Orellana, devido à greve promovida por cerca de dois mil petroleiros. O secretário de Comunicação da Presidência, Enrique Proaño, disse, em entrevista coletiva, que a medida foi adotada porque houve a paralisação da produção em vários campos petrolíferos da região. Proaño declarou que as três províncias foram declaradas "zonas de segurança", e que alguns direitos civis foram suspensos na região, justificando de fato um "estado de exceção" em oposição ao de "emergência", habitualmente aplicado em casos de catástrofes. O governo ordenou à polícia que restabeleça na região "condições de segurança plena, com a finalidade de proteger a integridade dos cidadãos, assim como de propriedades públicas e privadas", acrescentou o porta-voz do Executivo equatoriano. Proaño afirmou que os policiais terão a missão de "restabelecer a pacífica convivência entre os cidadãos e o desenvolvimento normal das atividades públicas e privadas na região". Fernando González, presidente da empresa petrolífera estatal Petroecuador, indicou que na primeira fase dos protestos sua companhia deixou de produzir cerca de 18 mil barris de petróleo. González disse que viajará nesta quarta-feira a Sucumbíos para dialogar com os grevistas, que ocuparam várias instalações da Petroecuador, com o objetivo de tentar solucionar a situação. Segundo a imprensa local, o governo teria estudado o repasse de US$ 50 milhões para atender às demandas dos trabalhadores. Os grevistas, que pertencem a empresas privadas que prestam serviços a Petroecuador, exigem da estatal o pagamento de uma dívida de US$ 51 milhões contraída junto às companhias nas quais trabalham. A Federação dos Trabalhadores Petroleiros Terceirizados (Fetrapet), que reúne empregados de companhias privadas do setor, convocou para hoje o início de uma greve de 48 horas, que incluiu a ocupação de algumas instalações petrolíferas. O Equador produz cerca de 550 mil barris diários de petróleo, dos quais 36% pertencem à Petroecuador e o restante a cerca de 12 companhias estrangeiras particulares. As exportações petrolíferas do Equador, que em 2005 somaram US$ 5,396 bilhões, representam a principal fonte de renda do Estado, cujo orçamento é financiado em quase 40% pelas vendas da commodity.

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