Equipe observadora diz ter sido retida pela polícia em referendo na Turquia

Deputado austríaco Stefan Schennach diz que missão Conselho Europeu e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa ficou retirada durante várias horas pela polícia e só acompanhou a 'recontagem dos últimos 80 votos'

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Por Redação
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VIENA - A única equipe de observadores eleitorais do Conselho Europeu deslocada à região oriental da Turquia durante o referendo de domingo foi retida durante horas pela polícia, o que impediu a realização da missão.

A situação foi denunciada nesta terça-feira, 18, em Viena, pelo austríaco Stefan Schennach, deputado do Partido Social Democrata Austríaco (SPÖ), que junto a um membro do Conselho Europeu viajou ao leste do país em uma missão observadora dessa entidade e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Eleitores votam no referendo turco na cidade de Diyarbakir; observador europeu relatou que não conseguiu acompanhar contagem de votos por ter sido detido pela polícia Foto: REUTERS/Sertac Kayar

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"Em Mardin (cidade do sudeste de Turquia) fomos retidos por vários policiais em um quarto durante um tempo, e ao final só pudemos presenciar a recontagem dos últimos 80 votos", declarou Schennach ao serviço de imprensa do SPÖ.

Para o parlamentar austríaco, o referendo sobre a reforma constitucional que prevê outorgar todo o poder ao presidente, Recep Tayyip Erdogan, no qual o "Sim" ganhou com 51,4% dos votos, "não foi justo e nem livre".

Entre outras coisas, ele denuncia as fortes pressões às quais, segundo sua visão, foram submetidos muitos dirigentes locais da região e a grande presença militar nas regiões curdas. "Aquelas pessoas que falaram de irregularidades foram confrontadas depois das acusações e ataques verbais", aponta Schennach no comunicado de seu partido.

Em sua opinião, no desempenho de sua missão se fortaleceram as suspeitas de que houve manipulação. Além disso, ele lembra que muitos das pessoas deslocadas devido à guerra entre as forças armadas turcas e o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) não puderam votar. / EFE

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