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Erdogan diz que impedirá milícias curdas de formarem ‘corredor do terror’ na fronteira síria

Para governo turco, os grupos são uma vertente do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que conduz uma revolta violenta contra o país desde 1984

Atualização:

ANCARA - O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou na noite de quinta-feira que a Turquia não permitirá que as milícias curdas no norte da Síria formem um "corredor do terror" na fronteira com seu país.

O país retirou militantes do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) e milícias curdas YPG (Unidades de Proteção do Povo Curdo) - que Ancara chama de grupo "terrorista" - de uma área no norte da Síria, mas forças sírias curdas ainda não cumpriram determinação de sair em direção ao leste do rio Eufrates, disse Erdogan.

Presidente turco comanda expurgo desde a tentativa de golpe de julho Foto: AP Photo/Kayhan Ozer Presidential Press Service

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"Agora mesmo, eles dizem que vão se retirar para o leste, mas afirmamos que não fizeram isto, não cruzaram", disse Erdogan durante um discurso no Aeroporto de Ancara. "Ninguém pode esperar que vamos permitir a criação de um corredor do terror. Não vamos permitir", afirmou o presidente turco em referência à tentativa de grupos armados curdos de unir três zonas sob seu controle no norte da Síria.

Há uma semana, o Exército turco lançou uma ofensiva contra os sírios, denominada "Escudo do Eufrates", cujo objetivo é combater o EI e as milícias curdas, impedindo a formação de uma região autônoma contínua de um extremo ao outro da fronteira. Na quarta-feira, a Turquia desmentiu a informação de que teria aceitado uma trégua com os rebeldes curdos.

Para Ancara, as milícias curdas sírias são uma vertente do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), ilegal na Turquia, que desde 1984 leva a cabo uma revolta violenta contra o Estado turco. O PKK também é considerado uma organização "terrorista" pela União Europeia e os Estados Unidos.

Ataques. O Exército turco matou na noite de quinta-feira pelo menos 20 rebeldes do PKK no sudeste do país, informam nesta sexta-feira, 2, a emissora CNNTürk e a agência de notícias Dogan. Na mesma operação, realizada na Província de Hakkari e que contou com apoio da força aérea turca, um soldado morreu e outros seis ficaram feridos.

Veja abaixo: Nova Turquia emerge após golpe de Estado frustrado

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A imprensa turca afirmou que o Exército lançou outra operação contra o PKK na Província de Tunceli, no nordeste de Hakkari, com o apoio de helicópteros de ataque, mas os detalhes desta ação não foram divulgados.

Em outro incidente, o PKK atacou um veículo militar com uma bomba que explodiu durante sua passagem em uma estrada na Província de Bitlis, no sudeste da Turquia, deixando dois soldados feridos.

O PKK e o governo turco suspenderam em julho de 2015 um cessar-fogo que durou mais de dois anos. Desde então morreram milhares de guerrilheiros e centenas de soldados e agentes de segurança. / AFP, EFE e Reuters

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