BERLIM - A promotoria da Alemanha assegurou nesta terça-feira, 16, que o acidente de trem que deixou 11 mortos na semana passada foi causado por um "erro humano", e antecipou que está investigando um controlador de tráfego ferroviário por homicídio culposo.
O promotor-chefe, Wolfgang Giese, afirmou em entrevista coletiva que o acidente, no qual dois trens de passageiros bateram de frente - no pior acidente ferroviário dos últimos cinco anos na Alemanha -, ocorreu em razão do erro de um funcionário, após descartar a possibilidade de falha técnica.
"Se ele (o acusado) tivesse se comportado de acordo com sua obrigação, não teria havido a colisão. Foi um erro humano com consequências catastróficas", afirmou Giese.
Os investigadores abriram diligências contra um controlador do tráfego ferroviário da região de Bad Aibling, depois de o suspeito, de 39 anos, decidir depor. Ele não está em prisão preventiva, embora Giese tenha antecipado que o crime do qual pode ser acusado é passível de penas de até cinco anos de prisão.
Ele foi indiciado por homicídio culposo, danos físicos e por atentado perigoso contra o tráfego ferroviário.
O promotor Jürgen Branz acrescentou que o controlador do tráfego ferroviário "não está bem". O suspeito, que em um primeiro momento preferiu não responder às perguntas das forças de segurança, aparentemente sofreu um colapso nervoso pouco depois do acidente e confessou a seus colegas que havia cometido a falha que provocou o acidente, publicou o jornal popular Bild.
O acidente aconteceu na terça-feira passada, quando dois trens se chocaram em uma via de sentido único perto da cidade de Bad Aibling, no sul da Alemanha, às 6h45 (3h45 em Brasília).
O acidente aconteceu em uma curva, onde as duas locomotivas ficaram engavetadas e vários vagões tombaram pelo descarrilamento de um dos comboios, operados pela companhia privada de ferrovias Bayerische Oberlandbahn.
Além dos 11 mortos, 71 pessoas ficaram feridas, 19 delas em estado grave. O trecho onde o acidente aconteceu continua fechado em razão dos danos da colisão. /EFE