PARIS - A pressão para que o candidato presidencial francês François Fillon desista de concorrer nas eleições deste ano aumentou nesta quinta-feira, 2, à medida que alguns parlamentares de seu próprio campo conservador o exortaram a abandonar a corrida em razão de um escândalo envolvendo a mulher. O objetivo dos políticos é evitar uma derrota do partido.
O escândalo, que surgiu há uma semana quando um semanário disse que a mulher do ex-primeiro-ministro de 62 anos, Pénélope, recebeu cerca de 600 mil euros por trabalhos não realizados, teve um impacto negativo na campanha de Fillon.
"Acho que nosso candidato deve parar", disse Alain Houpert, senador conservador próximo do ex-rival de Fillon pela indicação do partido, Nicolas Sarkozy, à emissora Public Senat, na noite da quarta-feira.
No mesmo dia, Fillon fez uma reunião de emergência com líderes do partido na qual os exortou a continuar a seu lado por mais duas semanas, tempo que estimou que uma investigação preliminar oficial levaria para transcorrer.
Mas alguns correligionários não pareceram dispostos a lhe conceder esse prazo depois que uma pesquisa de opinião mostrou que Fillon, até recentemente o favorito à eleição, seria derrotado ainda no primeiro turno.
Outra sondagem, publicada no início desta quinta-feira, revelou que 69% das pessoas querem que Fillon desista da disputa. "Precisamos mudar de tática, de estratégia", afirmou o parlamentar Georges Fennech à rádio RTL, destacando que isso deve acontecer "sem demora". Outro parlamentar, Philippe Gosselin, pediu que o ex-premiê Alain Juppé, derrotado por Fillon na primária partidária, comece a pensar em se oferecer como uma alternativa. / REUTERS