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Escândalo pressiona Fillon a desistir da candidatura à presidência da França

Mulher de ex-primeiro-ministro foi acusada de receber cerca de 600 mil euros por trabalhos não realizados

Atualização:

PARIS - A pressão para que o candidato presidencial francês François Fillon desista de concorrer nas eleições deste ano aumentou nesta quinta-feira, 2, à medida que alguns parlamentares de seu próprio campo conservador o exortaram a abandonar a corrida em razão de um escândalo envolvendo a mulher. O objetivo dos políticos é evitar uma derrota do partido.

O escândalo, que surgiu há uma semana quando um semanário disse que a mulher do ex-primeiro-ministro de 62 anos, Pénélope, recebeu cerca de 600 mil euros por trabalhos não realizados, teve um impacto negativo na campanha de Fillon.

O candidato à presidência da França, François Fillon (D), refutou a acusação de que sua mulher, Penelope, recebeu € 500 mil como funcionária fantasma do Legislativo Foto: AFP PHOTO / PHILIPPE LOPEZ

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"Acho que nosso candidato deve parar", disse Alain Houpert, senador conservador próximo do ex-rival de Fillon pela indicação do partido, Nicolas Sarkozy, à emissora Public Senat, na noite da quarta-feira.

No mesmo dia, Fillon fez uma reunião de emergência com líderes do partido na qual os exortou a continuar a seu lado por mais duas semanas, tempo que estimou que uma investigação preliminar oficial levaria para transcorrer.

Mas alguns correligionários não pareceram dispostos a lhe conceder esse prazo depois que uma pesquisa de opinião mostrou que Fillon, até recentemente o favorito à eleição, seria derrotado ainda no primeiro turno.

Outra sondagem, publicada no início desta quinta-feira, revelou que 69% das pessoas querem que Fillon desista da disputa. "Precisamos mudar de tática, de estratégia", afirmou o parlamentar Georges Fennech à rádio RTL, destacando que isso deve acontecer "sem demora". Outro parlamentar, Philippe Gosselin, pediu que o ex-premiê Alain Juppé, derrotado por Fillon na primária partidária, comece a pensar em se oferecer como uma alternativa. / REUTERS

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