O Estado Islâmico não tem uma força aérea – mas tem pilotos militares treinados. São cerca de 35, segundo a inteligência da coalizão ocidental que combate o EI – quase todos são desertores sírios. No grupo, há também ex-oficiais iraquianos e voluntários sudaneses.
Para voar, os radicais já tentaram roubar dois caças sírios, do 697º Esquadrão, na base de Salgaya, unidade responsável pela defesa aérea de Damasco. Provavelmente, teriam seguido para a base de Saladino, no Iraque, sob domínio do EI.
Segundo um porta-voz do Ministério de Defesa russo, que atua a favor do regime de Bashar Assad, um time de infiltrados dos rebeldes tentou tomar dois jatos, um MiG-29A Fulcrum e um Su-25 de bombardeio leve. Não conseguiram.
O Estado Maior conjunto bilateral da Rússia e da Síria teme a repetição dessa ação em países vizinhos, ou do norte da África, muito mais vulneráveis.
Em razão dos incidentes, o comando expedicionário incorporou ao vasto arsenal mobilizado desde setembro para a Síria o sistema Pantsir S1, de defesa antiaérea. O equipamento combina lançadores de mísseis e dois canhões de controle digital.
Poder de fogo. Cada conjunto padrão é composto por seis carretas lançadoras semiblindadas, além dos veículos de apoio: carro de comando-controle, radar secundário, remuniciadores e unidade meteorológica. O radar de detecção localiza os alvos na cadência de 10 por minuto.
O tempo de reação é estimado em 20 segundos. Cada disparador é carregado com 12 mísseis 57E6. Leva ainda canhões de 30mm de tiro rápido – com acessórios que permitem localizar e abater aeronaves no limite entre 15 km e 20 km, voando a até 15 mil metros de altitude.
Alerta. “Precisamos estar preparados para tudo”, justificou em nota oficial do Comando Aeroespacial da Rússia o chefe da força, general Viktor Bondarev. Para ele, os recursos mobilizados “devem estar disponíveis em tempo integral”.
A força-tarefa é grande. No Mar Cáspio, distante 1.500 km, há duas fragatas da classe Gepard, lançadoras de mísseis de cruzeiro Kalibr, e mais duas corvetas de escolta da série Buyan. Na esteira, uma frota aérea: 12 caças supersônicos Su-24M, 12 bombardeiros leves Su-25M, 6 caças de uso múltiplo Su-34B, 4 supersônicos Su-30 de controle do espaço, mais 15 helicópteros Mi-24 e Mi-8, além de lançadores Pantsir S1.
Os EUA estimam em 4 mil o número de militares russos transferidos desde setembro.