Estado Islâmico explode três torres de túmulos em Palmira

Entre o que foi destruído está a tumba de Elahbel, uma das mais preservadas, construída em 103 d.C. e com quatro andares

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

DAMASCO - O Estado Islâmico explodiu três torres de túmulos na antiga cidade de Palmira, disse o chefe de antiguidades da Síria, Maamoun Abdulkarim, nesta sexta-feira, 4, em mais um caso de destruição de um Patrimônio Mundial da Unesco.

Abdulkarim disse que os militantes, que já destruíram dois templos da era romana na cidade, explodiram os túmulos datados entre os anos 44 e 103 d.C. Ele citou fontes em Palmira que confirmaram a destruição de dois deles, incluindo o de Elahbel, construído em 103 d.C, com quatro andares e um piso subterrâneo, um dos mais preservados.

PUBLICIDADE

As fontes não informaram a data da destruição e não deram mais detalhes do estado atual das outras construções arqueológicas localizadas na cidade.

O Estado Islâmico, que declarou um califado no território sob seu controle em regiões da Síria e do Iraque, capturou Palmira do governo sírio em maio. O grupo promoveu assassinatos em massa em lugares que conquistou e vem destruindo monumentos que considera sacrílegos, postando depois na internet fotografias ou vídeos de suas ações.

Militantes islamistas decapitaram o guardião das ruínas antigas do Palmira no mês passado.

A agência cultural das Nações Unidas, Unesco, destaca que as ações do Estado Islâmico são crimes de guerra que visam aniquilar evidências da diversidade cultural na história da Síria.

Ativistas dizem que o grupo mantém um controle acirrado sobre as comunicações na cidade, fazendo com que os eventos sejam de difícil verificação.

Publicidade

Nas últimas duas semanas, o grupo explodiu parte do Templo de Bel e do Templo Baal Shamin, bem como uma fileira de colunas, de acordo com uma análise de imagens de satélite feita pelas Nações Unidas.

Palmira, cujas ruínas greco-romanas estão incluídas na lista do Patrimônio da Humanidade da Unesco, é considerada uma relíquia única do século I a.C. A cidade foi um dos centros culturais mais importantes do mundo antigo e ponto de encontro das caravanas na Rota da Seda, que atravessavam o árido deserto do centro da Síria. /REUTERS e EFE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.