( Atualizada às 19h04) SAN CRISTÓBAL, VENEZUELA -Em meio ao aumento da ofensiva chavista contra a oposição, o estudante Kluiver Roa, de 14 anos morreu nesta terça-feira, 24, em San Cristóbal, no oeste da Venezuela, em um protesto contra o governo do presidente Nicolás Maduro. Um oficial da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) foi preso.
A morte ocorreu durante uma manifestação estudantil na Universidade Católica de Táchira, no bairro Operário de San Cristóbal. Ele foi atingido durante a manifestação com um tiro na cabeça. A Procuradoria-Geral da República informou por meio de nota que o policial Javier Mora, foi detido, suspeito de ter disparado o tiro que matou Roa, filho de um dirigente do partido opositor Copei. Um inquérito foi aberto para investigar o crime.
Segundo a polícia de Táchira, que responde ao governador chavista Jose Vielma Mora, manifestantes encapuzados cercaram quatro oficiais da PNB e tentaram roubar suas motos. “Foi assim que um deles começou a disparar contra o chão. Depois quando eles se dispersaram vimos os estudantes levantar o corpo”, disse o coronel Ramón Cabeças.
No ano passado, protestos estudantis que começaram em Táchira e se espalharam pelo país deixaram 43 mortos. No começo do mês, Vielma Mora disse que renunciaria se houvesse qualquer disparo de policiais contra manifestantes no Estado, um dos principais focos de oposição a Maduro.
O vereador Jose Vicente Garcia, do partido Voluntad Popular, o mesmo do líder opositor Leopoldo López, disse que o estudante ficou gravemente ferido na manifestação e morreu a caminho do hospital.
Líderes da oposição lamentaram a morte de Roa e responsabilizaram Maduro pelo episódio. “Chega de matar os jovens da nossa pátria”, escreveu o ex-candidato presidencial e governador de Táchira, Henrique Capriles.
A ex-deputada Maria Corina Machada, cassada no ano passado e acusada de conspirar contra Maduro, também criticou o governo por meio da rede social. “Não há palavras para transmitir a minha indignação”, disse ela. “Mataram um menino de 14 anos.”
Maduro, em visita oficial a Trinidad e Tobago, ainda não comentou o caso. / AP, REUTERS e EFE