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Estudantes libertadas pelo Boko Haram falam sobre cativeiro

Em reunião com suas famílias na capital do país, as jovens relataram, entre outras coisas, que ficaram mais de um mês sem comida até serem libertadas pelo grupo extremista em troca de quatro prisioneiros

Atualização:

ABUJA - As 21 estudantes de Chibok, no norte da Nigéria, libertadas após mais de dois anos em poder do grupo extremista nigeriano Boko Haram, se reuniram com suas famílias no domingo, 16, em Abuja e contaram a difícil situação enquanto estiveram sequestradas.

Durante uma cerimônia religiosa celebrada em sua homenagem, Gloria Dame, uma das estudantes sequestradas, explicou que elas viveram durante um mês e dez dias sem comida, antes de serem libertadas, e uma bomba do exército nigeriano quase as atingiu.

Parentes celebram em Abuja, capital da Nigéria, o reencontro com uma das garotas sequestradas em Chibok pelo Boko Haram Foto: AP Photo/Olamikan Gbemiga

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"Damos graças a Deus por termos nos reunido hoje de novo. Estava no bosque quando um avião lançou uma bomba perto de mim, mas não fui ferida", contou visivelmente emocionada e muito debilitada pela fome. "Não tivemos comida durante um mês e dez dias, mas não morremos, graças a Deus."

A jovem narrou sua história em uma cerimônia religiosa cristã organizada pelos Serviços de Segurança nigerianos (DSS), que orquestraram sua libertação após negociações com membros do Boko Haram.

Convertidas ao islã após o sequestro, como afirmou em um vídeo o líder do grupo, Abubakar Shekau, as estudantes de Chibok, na maioria cristãs, não "puderam rezar como podem fazer hoje", explicou Gloria Dame.

A cerimônia foi interrompida quando os pais das jovens, raptadas em abril de 2014, caíram no choro abraçando-as. "Todos podemos ver a emoção e a alegria dos pais", declarou o ministro de Informação, Lai Mohamed, em seu discurso de abertura.

O ministro acrescentou que as "negociações [com o Boko Haram] não terminarão até que todas as meninas tenham sido libertadas". "Essas negociações estão se desenvolvendo enquanto falamos. Muito em breve, outras, muitas mais, serão libertadas", afirmou o ministro. / AFP

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