WASHINGTON - O Departamento de Estado americano anunciou na noite de quinta-feira, 14, que Cuba e Estados Unidos terão uma quarta rodada de negociações na próxima quinta-feira, na qual será discutido o restabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países e a reabertura de embaixadas em Washington e Havana.
Se reunirão a secretária de Estado adjunta para o Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson, e a diretora geral para Estados Unidos do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Josefina Vidal. Será o primeiro encontro entre as duas chefes das comissões de negociação dos dois países desde março.
A última rodada de negociações aconteceu em Havana, quase um mês antes da Cúpula das Américas no Panamá, onde Obama e Castro se encontraram pessoalmente. O Departamento de Estado anunciou que "receberá uma delegação do governo cubano", liderada por Josefina, mas não revelou o local exato do encontro. O Departamento de Estado informou que dará mais detalhes sobre o encontro nos próximos dias.
"Desde o anúncio do presidente (Obama) em dezembro, EUA e Cuba incrementaram sua comunicação em várias questões, incluindo assuntos de importância mútua como imigração, aplicação das leis, acesso à informação, proteção ambiental e tráfico de pessoas", concluiu a nota.
Paralelamente às negociações entre Jacobson e Josefina, os dois países estão mantendo uma série de contatos sobre assuntos técnicos, como aviação civil e tráfico de pessoas. No dia 31 de março, as duas nações também mantiveram um primeiro encontro sobre direitos humanos, um dos temas mais polêmicos no processo de aproximação.
Além disso, Obama anunciou em abril sua decisão de retirar Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo, uma medida reivindicada há anos pelo governo cubano - o que poderia agilizar o processo de normalização das relações diplomáticas. A mudança deve entrar em vigor no dia 29.
Em 17 de dezembro, os presidentes Barack Obama e Raúl Castro surpreenderam o mundo ao anunciaram o início de um processo para o restabelecimento dos laços diplomáticos, rompidos desde 1961. / EFE