EUA dizem que governo sírio 'incitou' protestos contra Israel

Damasco teria estimulado manifestações para desviar atenção dos protestos contra seu governo, segundo EUA.

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Por Alessandra Corrêa
Atualização:

Os Estados Unidos acusaram nesta segunda-feira o governo da Síria de ter incitado os protestos realizados na fronteira com Israel no domingo. "Nos opomos fortemente ao envolvimento do governo sírio de incitar os protestos de ontem nas Colinas de Golã", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. "Esse comportamento é inaceitável e não serve como distração da repressão em curso por parte do governo sírio contra manifestantes em seu próprio país", afirmou, ao referir-se às manifestações pró-democracia que ocorrem em território sírio. Segundo a Casa Branca, o presidente sírio, Bashar al-Assad, teria incitado as manifestações contra Israel para desviar a atenção dos protestos pró-democracia e contra seu governo, que se espalham pela Síria há semanas. "Nos parece evidente que há um esforço para desviar a atenção das expressões legítimas de protesto por parte do povo sírio e da severa repressão que o governo sírio tem usado contra seu próprio povo", disse o porta-voz americano. Protestos Os protestos de domingo ocorreram nas fronteiras de Israel com a Síria, o Líbano e os territórios palestinos, e deixaram pelo menos 16 mortos em confrontos com forças de segurança israelenses. Na Síria, manifestantes vindos de campos de refugiados próximos a Damasco conseguiram furar o bloqueio das forças israelenses e cruzar a fronteira, entrando na aldeia de Majdal El Shams, nas Colinas de Golã. As manifestações foram promovidas para marcar a chamada Nakba, palavra árabe que significa "catástrofe" e se refere à data de criação do Estado de Israel, comemorada no domingo. O governo de Israel disse que irá encaminhar ao Conselho de Segurança da ONU uma reclamação contra a Síria e o Líbano por infiltração em sua fronteira. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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