WASHINGTON - O governo americano anunciou nesta segunda-feira, 26, o fechamento para o público de sua embaixada no Iêmen, "até segunda ordem, por motivos de precaução", como consequência da agitação civil no país após a renúncia do governo pela pressão do movimento rebelde xiita houthis, que tomaram o controle da sede presidencial em Sana.
"Devido à recente renúncia do presidente, do primeiro-ministro e do executivo, e pelas ameaças contra a segurança, a embaixada dos EUA em Sana não pode oferecer os serviços consulares rotineiros e tem uma limitada capacidade de prestar assistência em casos de emergência nos quais estejam envolvidos cidadãos americanos", informou, em comunicado, o Departamento de Estado.
"A embaixada americana estará fechada para o público até novo aviso. Retomaremos as operações consulares assim que nossas análises indicarem que podemos fazer isso de maneira segura", diz a nota.
Na sexta-feira, os EUA informaram que certas operações antiterroristas no Iêmen haviam sido interrompidas diante da crise política suscitada pelas renúncias do presidente, Abdo Rabbo Mansour Hadi, e do primeiro-ministro, Khaled Bahah, do país.
Encurralado pelo conflito com o movimento rebelde xiita dos houthis, Mansur Hadi justificou sua decisão porque o Iêmen se encontra "em um beco sem saída".
Nos últimos dias aumentaram as vozes que rejeitam a tomada do poder por parte do movimento xiita, que controla além de Sana outras seis províncias do país. Os houthis também são inimigos da Al-Qaeda, mas sua ofensiva contra os terroristas pode transformar o conflito no Iêmen em uma disputa sectária.
A situação continua sem solução depois que o Parlamento iemenita adiar no domingo 25, de forma indefinida, a reunião extraordinária prevista para decidir sobre a renúncia apresentada na quinta-feira 22 pelo presidente Hadi.
O anúncio aconteceu logo após um drone americano realizar uma ataque aéreo que matou três membros da Al-Qaeda no país. Esse é o primeiro ataque aéreo dos EUA realizado no Iêmen desde que Hadi renunciou.
O Iêmen é aliado dos Estados Unidos e um ator-chave na luta contra a Al-Qaeda na Península Arábica, mas os contínuos ataques com drones e as vítimas civis que essa guerra ocasionou criaram um grande mal-estar no país. /AP e EFE