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EUA manifestam 'profunda preocupação' com crise no Bahrein

HIllary Clinton pediu ao ministro de Relações Exteriores do país que a polícia aja com comedimento.

Por Alessandra Corrêa
Atualização:

Manifestantes pedem reformas e mais empregos no Bahrein A secretária de Estado americana Hillary Clinton manifestou, nesta quinta-feira, "profunda preocupação" com os últimos acontecimentos no Bahrein, segundo informações de uma fonte no Departamento de Estado. Em um telefonema ao ministro de Relações Exteriores do Bahrein, xeque Khaled Bin Ahmed Al-Khalifa, a secretária americana pediu que as autoridades ajam com comedimento no futuro. A secretária de Estado descreveu o Bahrein como "um amigo e um aliado". "Nós pedimos um retorno a um processo que signifique mudanças reais e significativas para as pessoas", disse ela em Washington. A Casa Branca pediu que o governo do Bahrein evite o uso da violência contra manifestantes pacíficos. Em entrevista coletiva em Washington, o porta-voz da Presidência americana, Jay Carney, disse que o governo barenita tem a responsabilidade de manter a segurança de seus cidadãos e que os responsáveis pela violência da última madrugada devem ser responsabilizados. Pentágono Nesta quinta-feira, pelo menos três pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas em uma operação das forças de segurança para retirar manifestantes da praça central da capital, Manama. Segundo uma fonte do Departamento de Estado, em seu telefonema a Khalifa, ele e Hillary discutiram esforços para promover reformas políticas e econômicas que atendam aos apelos da população. Entre as reivindicações dos manifestantes estão a libertação de prisioneiros políticos, a criação de empregos e moradia, o estabelecimento de um Parlamento mais representativo e uma nova Constituição. O Pentágono também disse estar observando de perto os acontecimentos no Bahrein, país descrito como "um importante aliado" americano no Oriente Médio e que abriga uma base da Quinta Frota Naval dos Estados Unidos. ONU Em Nova York, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou a violência contra manifestantes pacíficos e jornalistas disse que os relatos sobre os acontecimentos desta madrugada são "profundamente preocupantes". Ban pediu que os responsáveis pela violência sejam levados à Justiça. "A situação exige reformas corajosas, não repressão", disse Ban. Os protestos no Bahrein ocorrem em meio a uma onda de manifestações por reformas em diversos países muçulmanos. As manifestações foram iniciadas em dezembro, com protestos populares que acabaram levando à queda do governo da Tunísia. Na semana passada, após 18 dias de protestos consecutivos, o presidente do Egito, Hosni Mubarak, foi forçado a renunciar. Nesta semana também ocorreram protestos em países como Irã, Iêmen e Líbia. "Em diversos países transições foram iniciadas ou reformas foram prometidas. É crucial que os líderes cumpram essas promessas e que os processos de reforma sejam construídos com base em um diálogo transparente e inclusivo com amplo envolvimento dos partidos políticos e da sociedade civil", afirmou Ban. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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