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EUA rejeitam plano para fechar prisão de Guantánamo em razão dos altos custos

Segundo o jornal The Wall Street Journal, proposta apresentada pelo Departamento de Defesa chegava a US$ 600 milhões, quantia considerada muito alta pela administração do presidente Obama

Atualização:

WASHINGTON - O governo dos Estados Unidos rejeitou um plano elaborado pelo Departamento de Defesa para fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba, por considerá-lo caro demais, e o devolveu ao Departamento para que fosse revisado, publicou na terça-feira o jornal The Wall Street Journal.

De acordo com a publicação, a proposta apresentada pelo Departamento de Defesa chegava a US$ 600 milhões, quantia considerada muito alta pela administração do presidente Barack Obama.

O polêmico centro de detenção tem lidado com várias acusações de abusos, incluindo práticas de tortura por afogamento simulado de prisioneiros sob interrogatório Foto: Bob Strong / Reuters

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Dos US$ 600 milhões orçados para o fechamento da prisão, US$ 350 milhões seriam destinados à construção de uma nova penitenciária em território americano para onde seriam transferidos os presos considerados de maior risco, revelaram funcionários do alto escalão do Departamento de Defesa ao WSJ.

A rejeição ao plano representa um novo empecilho para que Obama consiga cumprir sua promessa de fechar Guantánamo antes do término de seu mandato.

O fechamento da prisão é uma promessa de seu primeiro mandato, mas o projeto sempre foi recebido com rejeição pelo Congresso, especialmente entre os republicanos, que são contrários à transferência dos presos para penitenciárias localizadas no território americano.

O custo anual para operar Guantánamo, onde ainda há 107 presos, é de US$ 400 milhões, enquanto o da nova prisão que o Departamento de Defesa propôs construir seria de US$ 300 milhões, mas com um custo adicional de US$ 350 milhões para sua construção.

No dia 25, Obama assinou o projeto de lei orçamentária para gastos com defesa de mais de US$ 600 bilhões, apesar de ele conter restrições à transferência de presos de Guantánamo para o território americano, o que atrapalhou diretamente sua meta de fechar a prisão.

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Em comunicado, o presidente dos EUA explicou sua decisão de assinar a Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA, sigla em inglês) porque ela inclui "benefícios vitais para o pessoal militar e suas famílias", e contém "autorizações para facilitar as operações em curso no mundo todo". Mas as "restrições contidas nesta lei referentes à prisão de Guantánamo são, como disse no passado, injustificadas e contraproducentes", ressaltou Obama.

A prisão de Guantánamo chegou a abrigar cerca de 800 presos pouco após sua abertura, ordenada pelo então presidente americano, George W. Bush, após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. /EFE

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