EUA se comprometeram a deixar de fornecer armas à milícia curda na Síria, diz Ancara

Governo turco pediu que Washington remova imediatamente suas tropas da cidade síria de Manbij; presidente Recep Tayyip Erdogan afirmou que está determinado a ‘esmagar como um rolo compressor’ qualquer ameaça

PUBLICIDADE

Atualização:

ANCARA - Os EUA se comprometeram a parar de fornecer armas a uma milícia curda na Síria, disse a Turquia neste sábado, 27. Ancara pediu a Washington que remova imediatamente suas tropas da cidade síria de Manbij, onde as forças turcas planejam atacar.

+ Para entender: Os rebeldes sírios envolvidos na operação turca na Síria

Desde o início da operação batizada de “Ramo de Oliveira” por Ancara, o presidente Recep Tayyip Erdogan tem dito que as forças turcas iriam ao leste em direção à cidade de Manbij Foto: AFP PHOTO / Ozan KOSE

PUBLICIDADE

A ofensiva por ar e terra da Turquia na região de Afrin, no noroeste da Síria, contra a milícia curda Unidades de Proteção do Povo (YPG) abriu uma nova frente na guerra civil que já dura sete anos na Síria e prejudicou as relações com Washington, seu aliado na Otan.

+ Autoridades curdas pedem que população se mobilize para defender região no norte da Síria

O governo turco vê os integrantes das YPG como terroristas e uma extensão do ilegal Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em inglês), e tem ficado furioso com o apoio dos EUA, incluindo armas e treinamento, à milícia. Os combatentes curdos tiveram um papel proeminente nos esforços liderados pelos americanos para combater a linha dura do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) no território sírio.

Desde o início da operação batizada de “Ramo de Oliveira” por Ancara, o presidente Recep Tayyip Erdogan tem dito que as forças turcas iriam ao leste em direção à cidade de Manbij, potencialmente colocando-as em confronto com tropas dos EUA que estão instaladas na região.

O assessor de Segurança Nacional dos EUA, H.R. McMaster, disse ao porta-voz de Erdogan, Ibrahim Kalin, em uma ligação telefônica que os EUA não forneceriam mais armas às YPG, informou a presidência turca neste sábado.

Publicidade

Ofensiva

A ofensiva do Exército da Turquia contra a milícia curda aliada dos EUA entrou em sua segunda semana, com novos ataques aéreos e de artilharia, assim como a promessa de Ancara de "esmagar" qualquer ameaça.

Apesar dos pedidos de vários países ocidentais por moderação, Erdogan afirmou neste sábado que seu governo está determinado a "esmagar como um rolo compressor" qualquer ameaça contra a Turquia.

"Não importa o nome da organização terrorista, seja Daesh (acrônimo em árabe do EI), PKK ou YPG. Com a ajuda de Deus, vamos esmagá-los como um rolo compressor", prometeu o líder turco em um discurso realizado em Istambul.

"Continuaremos nossa operação (em Afrin) até destruir a cabeça do terrorismo", declarou o primeiro-ministro, Binali Yildirim. "Não importa o que digam uns e outros.”

Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), os confrontos deixaram mais de 110 mortos desde a semana passada nos dois lados, além de 38 civis, que morreram, em sua maioria, em bombardeios turcos.

Ancara, que nega qualquer ataque contra civis, afirma que três soldados turcos morreram e 30 ficaram feridos desde o início da ofensiva. / REUTERS e AFP

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.