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Evo pede anulação de certidão de nascimento de suposto filho

Pedido de nulidade argumenta que a decisão de um juizado da infância estabeleceu no ano passado que a criança não existe

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Por Redação
Atualização:

LA PAZ - O presidente da Bolívia, Evo Morales, iniciou um processo judicial para anular a certidão de nascimento do suposto filho que teve com sua ex-namorada Gabriela Zapata, informou nesta sexta-feira, 30, o advogado do governante, Ricardo Gastón Velasquez.

O pedido de nulidade da certidão de nascimento argumenta que a decisão de um juizado da infância estabeleceu no ano passado que a criança não existe, segundo disse Velasquez à imprensa local.

A advogada e ex-namorada do presidente Evo MoralesGabriela Zapata é levada por policiais a uma corte em La Paz Foto: AP Photo/Juan Karita

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O advogado indicou que este procedimento é "importante" para o governante "porque existe o papel, mas materialmente o menino não existe, então não há coincidência entre a realidade da existência de um filho com uma certidão de nascimento".

Velasquez acrescentou que espera que o caso seja resolvido em um ou dois meses.

A polêmica sobre o suposto filho começou em fevereiro de 2016, quando um jornalista revelou que Evo e Gabriela tiveram uma relação em 2007, da qual nasceu um menino reconhecido legalmente pelo presidente.

A denúncia apontava para um suposto tráfico de influências a favor da empresa chinesa Camce, na qual Gabriela trabalhava na época, para beneficiá-la com contratos estatais milionários, algo que o governo sempre rechaçou.

O governante reconheceu que teve uma relação com Gabriela e inicialmente disse que tiveram um filho que morreu pouco após nascer, mas em outubro do ano passado declarou que a criança nunca existiu.

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A mulher insistiu durante muito tempo que a criança estava viva, ainda que depois tenha declarado que o menino morreu dois anos após ter nascido, como sustentava inicialmente o governante.

A mulher, que está presa desde fevereiro de 2016, foi condenada em maio a 10 anos de prisão por seis delitos econômicos, entre eles legitimação de lucros ilícitos e uso indevido de bens e serviços públicos.

A ex-namorada do governante foi acusada nesse caso pelo próprio governo de usar para fazer acordos ilegais alguns escritórios do Ministério da Presidência que serviam como escritório da primeira-dama antes que Evo chegasse à presidência.

O presidente boliviano responsabilizou várias vezes esse escândalo sobre Gabriela e o suposto filho por sua derrota no referendo de 2016, quando a população rejeitou uma mudança na Constituição para permitir que ele volte a ser candidato em 2019.

Evo culpou a oposição de ter inventado uma "mentira" para enganar os eleitores e, com esse argumento, ele e seus seguidores consideram que o resultado da consulta não é válido. / EFE

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