WASHINGTON - Stephen Bannon, ex-estrategista-chefe do presidente Donald Trump, fechou um acordo para ser ouvido pelos promotores que investigam a ingerência da Rússia nas eleições de 2016, em vez de testemunhar diante de um júri, disseram duas fontes ligadas ao processo à CNN, indicando que Bannon está cooperando com a investigação.
O promotor especial Robert Mueller havia convocado Bannon a depor esta semana diante de um júri. Alguns especialistas em direito acreditam que a convocação poderia apenas ser um sinal de que a investigação estava sendo acelerada, enquanto outros acham que foi apenas uma estratégia para forçar Bannon a aceitar ser interrogado pelos investigadores.
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Na terça-feira, Bannon, de 64 anos, se negou a responder às numerosas perguntas dos deputados sobre os vínculos da campanha eleitoral de Trump com a Rússia. Bannon foi interrogado, durante mais de sete horas, por membros da Comissão de Inteligência da Câmara de Representantes.
Descrito como a eminência parda de Trump até renunciar, em agosto, a seu cargo na Casa Branca, Bannon evitou responder às perguntas recorrendo à “prerrogativa presidencial”, que permite ao presidente e a altos funcionários do Executivo omitir certas informações ao Congresso ou à Justiça.
A negativa de Bannon em responder levantou ainda mais suspeitas sobre o envolvimento de Trump e seus principais assessores com agentes russos. De acordo com a Associated Press, fontes da Casa Branca disseram que a ordem para que ele se calasse no depoimento foi dada por telefone pelo gabinete do presidente. O papel de Bannon na campanha pode proporcionar detalhes cruciais à comissão que investiga se houve algum tipo de cooperação entre a campanha republicana e a Rússia. / NYT e AFP