Ex-espião russo repassou informações a serviços de inteligência europeus

Encontros podem explicar tentativa de assassinato de Serguei Skripal, envenenado junto da filha em março

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O ex-espião russo Serguei Skripal, envenenado na Inglaterra em março, fez apresentações regulares a serviços de inteligência europeia, segundo informações dos jornais The New York Times e The Guardian publicadas nesta segunda-feira, 14. Esses encontros, que incluem conversas com agentes da República Checa e da Estônia e palestras em universidades europeias e americanas, podem explicar a tentativa de assassinato de Skripal.

Serguei Skripal e a sua filha foram encontrados inconscientes no banco de um parque em Salisbury, no sul da Inglaterra, no dia 4 de março Foto: EFE/Gerry Penny

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O Reino Unido acusa a Rússia de envenenar o ex-espião e sua filha Yulia em Salisbury, na Inglaterra, com o agente neurotóxico Novichock. O Kremlin e a embaixada russa em Londres negam a acusação.

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De acordo com a revista checa Respekt, citada pelo Guardian, Skripal repassou informações sobre métodos operacionais da inteligência russa durante visita a Praga, em 2012. Posteriormente, agentes checos visitaram Skripal ao menos uma vez no Reino Unido. O russo também se encontrou com espiões na Estônia em 2016, reportou o New York Times. Não se sabe o teor das informações repassadas.

Fontes afirmaram ao NYT que os encontros de Skripal com agentes da inteligência europeia foram quase certamente aprovados - e possivelmente facilitados - pelos ingleses.

Preso na Rússia em 2004, mudou-se para a Inglaterra em 2010, libertado após troca de espiões. Foi a partir de então que Skripal, radicado na pequena cidade de Salisbury, passou a viajar com frequência e a visitar universidades e academias militares de diversos países - até o envenenamento, junto da filha, no dia 4 de março.

'Pária'. Nesta segunda-feira, o diretor da agência de espionagem britânica MI5, Andrew Parker, afirmou que o Kremlin dissemina mentiras e desinformações para minar as democracias ocidentais. “Ao invés de se tornar uma grande nação respeitada, a Rússia corre o risco de se tornar uma pária mais isolada”, disse Parker, durante discurso em Berlim. / NYT e Reuters

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