BANGCOC - A ex-primeira-ministra tailandesa Yingluck Shinawatra, condenada à revelia a cinco anos de prisão, está exilada em Dubai, anunciou nesta quinta-feira, 28, o chefe da junta militar que governa o país, que confirmou a emissão de uma nova ordem de detenção.
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Yingluck, cujo governo foi derrubado em maio de 2014 pelos militares, não é vista desde o dia 25 de agosto, data em que deveria comparecer ao Tribunal Supremo para ouvir o veredicto do julgamento por "negligência" em um programa de subsídios aos produtores de arroz. Seus partidários e vários analistas consideram que este foi um julgamento político.
"Segundo as informações do Ministério das Relações Exteriores, ela agora está em Dubai", afirmou Prayut Chan-o-Cha à imprensa.
Várias fontes dentro do partido de Yingluck e da junta militar já haviam indicado que a ex-chefe de governo estava nos Emirados Árabes, onde vive seu irmão Thaksin Shinawatra, também ex-primeiro-ministro e igualmente exilado para escapar da Justiça.
Desde o fim de agosto, os militares negam quase diariamente que entraram em um acordo com Yingluck para organizar sua fuga e ter, assim, o caminho livre para mudar o panorama político conforme sua vontade. Mas a imprensa tailandesa e vários analistas insistem que a junta tem interesse no exílio da ex-chefe de governo.
"Não temos tratado de extradição com Dubai, mas as autoridades nos asseguraram que pediram que não se envolva mais na vida política tailandesa", declarou o ministro da Defesa, Prawit Wongsuwon.
Os militares, que chegaram ao poder após um golpe de Estado contra o governo de Yingluck Shinawatra, querem impedir o retorno da oposição, representada pelos irmãos Shinawatra. Eles venceram todas as eleições nacionais desde 2001, mas as elites tradicionais, militares e juízes, que os consideram uma ameaça à monarquia, derrubaram todos os governos com golpes de Estado. / AFP