Ex-presidente de Taiwan é condenado à prisão perpétua

Chen Shui-bian foi acusado de enriquecimento ilícito, corrupção e lavagem de dinheiro.

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Por BBC Brasil
Atualização:

O ex-presidente de Taiwan Chen Shui-bian foi condenado à prisão perpétua nesta sexta-feira por corrupção. Chen foi acusado de enriquecimento ilícito, de aceitar suborno e de participar de operações de lavagem de dinheiro enquanto estava na Presidência (2000-2008), movimentando cerca de US$ 15 milhões (cerca de R$ 27,5 milhões). O ex-presidente nega as acusações que, segundo ele, foram politicamente motivadas. Sua mulher, Wu Shu-chen, já presa por mentir em juízo, também foi condenada à prisão perpétua por corrupção. Sentença ''ilegal'' A corte distrital de Taipé, capital de Taiwan, considerou Chen culpado de seis acusações e Wu de sete. O casal também foi multado em US$ 15 milhões. Eles foram condenados à prisão perpétua por terem se apoderado de US$ 3,15 milhões (cerca de R$ 5,76 milhões) de um fundo presidencial especial. Os dois receberam sentenças menores pelas acusações relacionadas a aceitar pelo menos US$ 9 milhões (cerca de R$ 16,47 milhões) em suborno de uma companhia taiwanesa para ajudá-la a vender um terreno para o governo, e a aceitar quase US$ 3 milhões (cerca de R$ 5,49 milhões) em comissões por ajudar uma empresa a obter um contrato com o governo. "Chen Shui-bian e Wu Shu-chen foram condenados à prisão perpétua porque Chen causou graves danos ao país e Wu porque estava envolvida em corrupção como primeira-dama", disse o porta-voz da corte, Huang Chun-ming. Um porta-voz do ex-presidente, no entanto, disse que a sentença é "ilegal", destacando a decisão da corte de substituir os juízes no meio do julgamento. Chen já declarou que vai apelar da decisão. No passado, o ex-presidente havia dito que as acusações foram forjadas pelo partido Kuomintang, que atualmente governa Taiwan, em uma vingança política. Julgamento sem precedentes O ex-presidente admitiu ter recebido dinheiro, mas afirma que foram contribuições para campanha. Sua mulher já havia sido condenada à prisão por obstrução da Justiça, por ter pedido aos filhos que mentissem na corte. O caso de três anos ainda envolveu membros próximos da família do casal, além de ex-assessores e funcionários do governo. O filho e a nora do ex-presidente foram condenados a sentenças que variam entre 20 e 30 meses de prisão por lavagem de dinheiro. Outros dois ex-assessores receberam sentenças que variam entre 16 e 20 anos de prisão. O caso é sem precedentes na curta história da democracia em Taiwan. As primeiras eleições presidenciais diretas foram realizadas em 1996, depois que o regime de partido único chegou ao fim, nos anos 1980. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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