Ex-primeiro-ministro de Portugal volta a ser interrogado

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Por MARCELLA FERNANDES e COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIATED PRESS
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O ex-primeiro-ministro de Portugal José Sócrates voltou ao tribunal neta segunda-feira para mais questionamentos sobre suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude fiscal. Ele chegou ao Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, em um carro de polícia depois do terceiro dia na cadeia. O juiz Carlos Alexandre está conduzindo uma audiência preliminar em que deve determinar se Sócrates deve ser solto ou ser mantido sob custódia até um julgamento definitivo.Sócrates foi detido por inspetores da Autoridade Tributária portuguesa na noite de sexta-feira, após voltar de uma viagem à Paris. Também foram presos o empresário Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o motorista João Perna, no dia anterior. A investigação foi batizada de "Operação Marquês".De acordo com o jornal português Diário de Notícias, João Perna era o responsável pelo repasse de verbas entre Sócrates e Carlos Santos Silva. Ele está sendo investigado há vários meses pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal. Segundo as investigações, Santos atuou como banqueiro particular e "testa de ferro" de Sócrates. Os dois se conhecem desde a adolescência.O motorista colocou à disposição do ex-primeiro-ministro uma conta bancária pessoal, pelo qual ele efetuava as transações financeiras suspeitas de configurarem lavam de dinheiro, de acordo com o jornal Correio da Manhã. Além disso, Perna foi fotografo transportando malas que os investigadores acreditam que continham elevados montantes de dinheiro.Em comunicado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Portugal informou que o inquérito "teve origem numa comunicação bancária" e investiga "operações bancárias, movimentos e transferências de dinheiro sem justificação conhecida e legalmente admissível". O processo está em segredo de justiça.Sócrates, de 57 anos, foi primeiro-ministro de 2005 a 2011 pelo Partido Socialista. Durante seu governo a dívida de Portugal disparou, o que obrigou a pedir ajuda financeira à União Europeia e ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

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